Detentora
de uma das maiores economias, bem como Democracia do mundo, a Índia possui um
papel preponderante a nível externo. Desde a sua independência, pouco
longínqua, sempre se quis afirmar através de metas ambiciosas, como a entrada
no movimento de não aliados, aquando da guerra fria.
De
facto, o terceiro maior país do mundo adquire relevância se pensarmos segundo
esta máxima: “ autonomamente ambiciosa”, a qual é facilmente explicável, tendo
em conta a aquisição de independência tão tardiamente e por isso, pretender proteger
a sua autonomia, patente em todos os países, mas reforçado neste pelo referido.
Porém, devido à sua ambição conquistou assento garantido em diversas
organizações, as quais possuem bastante peso internacional, como por exemplo,
no G20, BRICS e IBAS. A avidez referida é mais uma vez reforçada pela sua ânsia
em conquistar um lugar permanente na Organização das Nações Unidas. A nível
jurídico, a constituição plasma o norteamento do modus
operandi internacionalmente, expresso
num artigo e nas alíneas associadas ao mesmo, da Constituição, nas quais se
encontram como premissas,
a promoção de paz e segurança internacionais, manutenção de relações justas e
honradas entre as nações, bem como o incentivo do respeito pelo Direito Internacional.
A política externa pode ser estudada com várias
“opções de medida”, ou seja, ao nível das organizações, em que já compreendemos
o poder da Índia, de acordo com os assentos conquistados nestas, bem como nas
relações estabelecidas com os “grandes”, como EUA e Rússia, porém também
devemos ter em conta as relações tidas com os “vizinhos” que partilham
fronteiras com o país em análise, como o Paquistão, China, Butão e Nepal. No
que respeita à Rússia, as relações são predominantemente a nível energético,
visto que a Índia é dos maiores consumidores de petróleo, sendo este um dos
seus maiores fornecedores, bem como no setor militar. Porém, foi com os EUA que
a Índia fez um pacto nuclear. Apesar do referido, denota-se uma proximidade com
Afeganistão, França, Butão, Russia, EUA.
Nota-se uma clara distinção da década de 90 para a
atualidade, a qual está a ser marcada pela abertura ao exterior, no que
respeita à diplomacia predominantemente económica, comprovado pelo aumento do
comércio internacional. A nível “social”,
a Índia preocupa-se em conter a ameaça terrorista, através da disseminação dos
direitos humanos, acusando os países ocidentais de os manusearem de um modo
erróneo que os coloca à mercê de situações dispensáveis e mesmo nefastas. Essa
preocupação advém da pressão que os países em seu redor sofrem pela permanência
de conflitos étnicos-religiosos, económicos e sociais, conduzindo a um
esfriamento das relações entre estes. Militarmente, mantem relações com os EUA,
Reino Unido, Itália e Japão, tendo, portanto, investido, por conseguinte, nesta
área.
A
política externa é uma extensão da política interna, daí que a primeira seja
árdua de consecução, porque se encontra dependente dos interesses, objetivos e
ambições dos restantes atores, mas também das elações que retiram, sejam
organizações ou atores individuais, como estados, bem como da credibilidade conquistada
pelo líder ao exterior. Por isso, encontramo-nos numa altura interessante para
a Índia, devido à mudança de Primeiro-Ministro e do Parlamento, o qual foi
“apoderado” pelo BJP (Partido a que pertence Modi), cujas últimas eleições determinaram
uma perda significativa de lugares do partido do congresso para o partido
vencedor.
De
momento, a maior Democracia do mundo sustenta-se externamente pelo multilateralismo,
através da objetivação de consenso nas organizações a que pertence nas diversas
temáticas, mas também pela realpolitik que garante a segurança militar tão ambicionada
por este. Posto isto, a Índia é orientada em três perspetivas, fortalecimento económico e tecnológico; o
desenvolvimento da sua capacidade defensiva adequada com auxílio da ciência e
da tecnologia modernas, bem como o desenvolvimento de parcerias nas esferas
económicas e tecnológicas para ampliar as alternativas políticas e as opções de
desenvolvimento. De facto, a maior
Democracia do mundo atua de um modo dinâmico, consequência do seu poder, mas
também localização, que proporciona um entrelaçado de várias “ásias”,
meriodional, sudoeste e central, no seu território.
A Índia tornou-se uma das peças fundamentais
neste “tabuleiro de xadrez” que são as relações internacionais.
Beatriz Rodrigues Charneco
Fontes:
http://politicaexterna.com.br/1014/china-e-india-protagonistas-de-um-mundo-em-transformacao/
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/a-politica-externa-da-india-depois-das-eleicoes
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