A
ilha de Fidel Castro mas que pertence aos cubanos volta a estar nas bocas do
mundo. Depois do embargo realizado pelos americanos após a revolução cubana de
1959, começam-se a ver alguns sinais de que as relações entre os dois países
vão mesmo mudar. Barack Obama visitou este mês a ilha cubana, que não recebia a
visita de um presidente norte-americano desde 1928. Uma visita histórica que
traz consigo um rasgo de esperança, esperança essa de os dois velhos inimigos
deixarem de estar de costas voltadas. Esperança essa de tentar acabar com o
velho regime castrista. Não podemos esquecer que os EUA são os grandes
defensores da democracia, tão conhecidos pelos “polícias do mundo”. Porém,
parece que finalmente os EUA decidiram mudar a sua política externa. Em vez do
embargo realizado em 1960, o país norte-americano opta agora por usar a sua
influência através da diplomacia nas suas relações com Cuba.
A grande questão é o porquê? O
porquê de agora os EUA tentarem reatar relações com Cuba? Fidel Castro disse,
em 1973, “The United States will come to talk to us when they have a black
president and the world has a latin american pope”. A verdade é que Fidel Castro parece ter razão. Ainda
neste 25 de Março, para ajudar a consolidar as relações entre os dois países, a
mítica banda Rolling Stones deram um concerto histórico na capital cubana com
mais de meio milhão de cubanos.
É um facto que o povo cubano não
vive bem. É um facto que estamos perante uma ditadura comunista. É um facto que
Cuba precisa de uma mudança, mas serão os EUA a melhor mudança para Cuba? O
turismo em Cuba cresce a um ritmo galopante e o principal motivo disso é o
facto das pessoas saberem que se os americanos “entram” em Cuba, esta vai
deixar de ser aquilo que é. Não nos podemos esquecer também do porquê da
revolução cubana de 1959. A revolução era contra o regime de Fulgêncio Baptista,
que na altura governava como um verdadeiro ditador, e que contava com o apoio
norte-americano. Estes exploravam a ilha e a riqueza não ficava para o povo
cubano. Fulgêncio Baptista instaurou assim um governo autoritário e mandou
prender todos os seus opositores, cortando assim com as liberdades do povo
cubano. Foi este governo de Fulgêncio Baptista que a revolução cubana derrubou.
Óbvio que a solução da ditadura comunista não foi a melhor, mas a verdade é que
Fidel Castro durante os primeiros anos de governação conseguiu de facto
defender os interesses dos cubanos. O embargo norte-americano deu-se porque
estes viram que Fidel não apoiava os seus interesses e porque estes nunca
pensaram que Fidel fosse firme na sua decisão.
Tendo em conta a localização de
Cuba, uma reconciliação com os EUA iria permitir uma maior abertura da
exportação e aos poucos o país poderia começar a sua evolução. No entanto, pode
parecer que é Cuba quem sai mais a ganhar com o fim deste embargo, mas será que
os EUA não querem voltar a fazer o que já faziam no século passado? Não será
que os americanos não querem implementar o capitalismo na velha ilha
socialista?
Parece que vamos ter de esperar para
ver o que se vai passar entre os dois países. A relação entre os dois parece
estar num bom caminho, mas Fidel Castro já veio dizer “"Não precisamos que
o império nos ofereça nada.” Por isso vamos ver qual será a política externa
que Cuba irá adoptar e se os EUA vão continuar a tentar reatar relações com a
ilha cubana.
Beatriz
Estêvão Silva
Fonte:
http://www.voltaaomundo.pt/2016/03/21/cuba-guia-rapido-havana/ (Consultado a 27/03/2016)
http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-26-A-classe-media-e-o-motor-da-mudanca-em-Cuba (Consultado a
27/03/2016)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Embargo_dos_Estados_Unidos_a_Cuba (Consultado a
27/03/2016)
http://www.dn.pt/mundo/interior/fidel-castro-nao-precisamos-que-o-imperio-nos-ofereca-nada-5097426.html (Consultado a
27/03/2016)
http://www.infopedia.pt/$fulgencio-batista (Consultado a 27/03/2016)
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