A
península da Coreia é um dos locais mais conturbados do mundo, tendo um elevado
número de conflitos ao longo da sua história e após a segunda guerra mundial, com
a derrota do Japão (que ocupava toda a Coreia) e com a “escalada” entre os dois
blocos, o bloco ocidental (principalmente os EUA) e o Bloco Soviético, em 1945
a península é ocupada e dividida entre sul e norte, o sul ocupado pelos EUA (capitalista)
e o Norte ocupado pela URSS (Comunista). Em 1950, devido às reivindicações das
duas coreias, da soberania da península inteira, a Coreia do Norte invade a
Coreia do Sul, resultando na guerra das Coreias, entre 1950 e 1953, que levou à
morte de centenas de milhares dos dois lados e a que a península ficasse
definitivamente dividida em dois, até aos dias de hoje.
Ao
contrário da Coreia do Sul, que se desenvolveu e cresceu economicamente,
levando a que hoje em dia seja um dos países mais desenvolvidos do mundo, a
Coreia do Norte adoptou as políticas soviéticas ou socialistas, tendo os
resultados que hoje se conhecem. A URSS dissolveu-se, deixando para trás
(desamparados) um conjunto de estados ditos socialistas, que faziam parte da
sua esfera de influência, como Cuba, Venezuela e é claro, a Coreia do Norte,
que passa pelos mesmos problemas que a União Soviética passava, como a falta de
crescimento e desenvolvimento económico, fome generalizada, falta de bem-estar,
etc.
Actualmente
e com a onda de globalização a que se assiste, o estado Norte-Coreano tornou-se
obsoleto, porque não consegue garantir as mais elementares condições e direitos
aos seus cidadãos, principalmente por ser um regime totalitário, levando por
sua vez a uma contínua violação das normas internacionais, nomeadamente, a constante
violação dos direitos humanos, a que se junta a reactivação do programa
nuclear, que levou desta forma a que a comunidade internacional aplicasse um
conjunto de sanções económicas, restringindo assim, a capacidade de acção do
país. Mas tais sanções, parecem só afectar o povo norte-coreano e não o governo
em si, pois continuasse a violar regularmente os direitos humanos e o programa
nuclear, segundo o próprio governo, vai de vento em popa.
Aquando
da morte de Kim Jong-Il e a subida de seu filho ao poder, o jovem Kim Jong-Un,
um jovem com uma educação superior e um conhecimento do mundo global e
desenvolvido, acreditou-se durante muito pouco tempo que a Coreia do Norte iria
sair do limbo em que se encontrava e iria entrar numa possível nova era de
democratização e de desenvolvimento económico, talvez não logo de seguida ou
nos anos mais próximos, mas alguma abertura iria haver. O problema foi quando
começaram a chegar os primeiros relatos que o terceiro líder supremo,
supostamente ordenou a morte de diversos membros do seu governo, incluindo a do
seu tio, por crimes supostamente praticados pelos visados, que aumentou as
restrições à liberdade do povo, que mandou prender cidadãos de outros países,
apenas por serem cidadãos de países com que tem conflitos e que, já tendo sido
uma anterior batalha da comunidade internacional para se acabar, reactiva o
programa nuclear, todas essas esperanças que tinham sido criadas por diversos
países, caem por terra.
O
país só regrediu de tal forma nos últimos anos, mesmo depois de Kim Jong-Il,
anterior líder, ter mostrado pouca, mas alguma abertura de negociação, que
levou à desactivação do programa nuclear, porque a Coreia do Norte tem a
cobertura de alguns estados, sendo o mais relevante, a República Popular da
China, que tem protegido através da sua influência, as provocações que Kim
Jong-Un tem diferido perante a comunidade internacional. O que é certo é que,
desde que Kim Jong-Un chegou ao poder, o país tem mexido em muitos “ninhos de
vespas” e sendo algumas dessas provocações bastante graves, até a China já não
tende a achar muita “graça” ao que o país que protege faz.
Uma
teoria aceite por alguns é que, depois da morte de Kim Jong-Il, que conseguia
manter a elite governante controlada, neste caso e sobretudo as chefias militares,
essa mesma elite se apoderou dos destinos do país e Kim Jong-Un é apenas uma
cara para a máquina que governa, pois é estranho como é que um jovem, que viveu
durante anos nos países mais desenvolvidos do mundo, chega ao seu país e faz
tudo ao contrário do que aprendeu ao longo da sua vida. O que é certo e se
sabe, é que por este caminho a Coreia do Norte arrisca-se a perdeu todos os
apoios internacionais e a ter futuramente um encontro com a realidade, que
poderá trazer muitas mudanças no país, de assinalar e mais relevante, a
democratização do mesmo.
Diogo Estudante
Fontes:
http://guerras.brasilescola.uol.com.br/seculo-xx/guerra-coreia.htm
(Data de Acesso 15 de Março de 2016)
http://pt.aleteia.org/2016/03/15/coreia-do-norte-ordena-teste-de-ogiva-nuclear-e-lancamento-de-misseis/
(Data de Acesso 15 de Março de 2016)
http://pt.euronews.com/2015/08/21/coreia-do-norte-lanca-ultimato-a-seul/
(Data de Acesso 15 de Março de 2016)
http://images-cdn.impresa.pt/expresso/2016-01-12-Coreia-do-Norte?v=w620h395
(Data de Acesso 15 de Março de 2016)
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