sexta-feira, 18 de março de 2016

O pequeno Líder Supremo

A península da Coreia é um dos locais mais conturbados do mundo, tendo um elevado número de conflitos ao longo da sua história e após a segunda guerra mundial, com a derrota do Japão (que ocupava toda a Coreia) e com a “escalada” entre os dois blocos, o bloco ocidental (principalmente os EUA) e o Bloco Soviético, em 1945 a península é ocupada e dividida entre sul e norte, o sul ocupado pelos EUA (capitalista) e o Norte ocupado pela URSS (Comunista). Em 1950, devido às reivindicações das duas coreias, da soberania da península inteira, a Coreia do Norte invade a Coreia do Sul, resultando na guerra das Coreias, entre 1950 e 1953, que levou à morte de centenas de milhares dos dois lados e a que a península ficasse definitivamente dividida em dois, até aos dias de hoje.
Ao contrário da Coreia do Sul, que se desenvolveu e cresceu economicamente, levando a que hoje em dia seja um dos países mais desenvolvidos do mundo, a Coreia do Norte adoptou as políticas soviéticas ou socialistas, tendo os resultados que hoje se conhecem. A URSS dissolveu-se, deixando para trás (desamparados) um conjunto de estados ditos socialistas, que faziam parte da sua esfera de influência, como Cuba, Venezuela e é claro, a Coreia do Norte, que passa pelos mesmos problemas que a União Soviética passava, como a falta de crescimento e desenvolvimento económico, fome generalizada, falta de bem-estar, etc.
Actualmente e com a onda de globalização a que se assiste, o estado Norte-Coreano tornou-se obsoleto, porque não consegue garantir as mais elementares condições e direitos aos seus cidadãos, principalmente por ser um regime totalitário, levando por sua vez a uma contínua violação das normas internacionais, nomeadamente, a constante violação dos direitos humanos, a que se junta a reactivação do programa nuclear, que levou desta forma a que a comunidade internacional aplicasse um conjunto de sanções económicas, restringindo assim, a capacidade de acção do país. Mas tais sanções, parecem só afectar o povo norte-coreano e não o governo em si, pois continuasse a violar regularmente os direitos humanos e o programa nuclear, segundo o próprio governo, vai de vento em popa.
Aquando da morte de Kim Jong-Il e a subida de seu filho ao poder, o jovem Kim Jong-Un, um jovem com uma educação superior e um conhecimento do mundo global e desenvolvido, acreditou-se durante muito pouco tempo que a Coreia do Norte iria sair do limbo em que se encontrava e iria entrar numa possível nova era de democratização e de desenvolvimento económico, talvez não logo de seguida ou nos anos mais próximos, mas alguma abertura iria haver. O problema foi quando começaram a chegar os primeiros relatos que o terceiro líder supremo, supostamente ordenou a morte de diversos membros do seu governo, incluindo a do seu tio, por crimes supostamente praticados pelos visados, que aumentou as restrições à liberdade do povo, que mandou prender cidadãos de outros países, apenas por serem cidadãos de países com que tem conflitos e que, já tendo sido uma anterior batalha da comunidade internacional para se acabar, reactiva o programa nuclear, todas essas esperanças que tinham sido criadas por diversos países, caem por terra.
O país só regrediu de tal forma nos últimos anos, mesmo depois de Kim Jong-Il, anterior líder, ter mostrado pouca, mas alguma abertura de negociação, que levou à desactivação do programa nuclear, porque a Coreia do Norte tem a cobertura de alguns estados, sendo o mais relevante, a República Popular da China, que tem protegido através da sua influência, as provocações que Kim Jong-Un tem diferido perante a comunidade internacional. O que é certo é que, desde que Kim Jong-Un chegou ao poder, o país tem mexido em muitos “ninhos de vespas” e sendo algumas dessas provocações bastante graves, até a China já não tende a achar muita “graça” ao que o país que protege faz.
Uma teoria aceite por alguns é que, depois da morte de Kim Jong-Il, que conseguia manter a elite governante controlada, neste caso e sobretudo as chefias militares, essa mesma elite se apoderou dos destinos do país e Kim Jong-Un é apenas uma cara para a máquina que governa, pois é estranho como é que um jovem, que viveu durante anos nos países mais desenvolvidos do mundo, chega ao seu país e faz tudo ao contrário do que aprendeu ao longo da sua vida. O que é certo e se sabe, é que por este caminho a Coreia do Norte arrisca-se a perdeu todos os apoios internacionais e a ter futuramente um encontro com a realidade, que poderá trazer muitas mudanças no país, de assinalar e mais relevante, a democratização do mesmo.


Diogo Estudante 

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