terça-feira, 1 de março de 2016

Venezuela: da promessa de prosperidade à mais alta inflação do mundo

Numa primeira fase, analisando o país em si, a Venezuela, ou melhor, a República Bolivariana da Venezuela situa-se no norte da América do Sul, fazendo fronteira com o Brasil, Colômbia e Guiana, tendo um continuo conflito com estes devido a disputas territoriais. A sua capital é Caracas, e a sua unidade monetária é o Bolívar Venezuelano.
Este país faz parte de algumas organizações internacionais, tais como a Organização das Nações Unidas desde 1945, da Organização dos Estados Americanos desde 1948 e da Organização Mundial do Comércio desde 1995.
A Venezuela fez também parte da Comunidade Andina, entre os anos de 1973 de 2006, ano em que o Presidente Hugo Chávez anunciou a desvinculação à mesma por supostas medidas que apenas visavam privilegiar a Colômbia e os EUA. De importante realçar que esta comunidade tinha como função, a livre circulação de bens e serviços entre os países membros, um pouco à imagem da União Europeia.
Mais acima não mencionei uma organização da qual a Venezuela é membro fundador, que é a OPEP (organização de países exportadores de petróleo), fundada a 1960. A razão pela qual não foi supramencionada, deve-se ao facto de eu querer abordar a Venezuela enquanto o 5º maior exportador de petróleo do mundo, até porque na realidade, não produz mais nada.
Como já mencionei, a Venezuela é o 5º maior exportador de petróleo do mundo, o que torna este ramo o maior ativo no PIB do país. Na década de 70, com o conflito no médio oriente, como membro da OPEP, a Venezuela quadruplicou os lucros na exportação do mineral em questão, o que trouxe consumo interno. Apesar deste parecer um bom fator, a fraca economia do país não aguentou a riqueza e fez crescer a inflação. Um regime neoliberal logo nas décadas seguintes sujeitou a economia do país à economia internacional, o que deixou a primeira muito mais frágil.
Podemos afirmar que existiu uma mudança no modelo político Venezuelano a partir do momento em que o Ex Coronel Hugo Chávez chega ao poder, apenas sete anos depois de ter tentado um golpe de estado e ter sido preso por dois anos. Este sempre assumiu uma tendência socialista, até de extrema esquerda.
De realçar um marco importante na política externa deste país, aquando da tentativa de golpe de Estado em 2002 contra Hugo Chávez, em que os Estados Unidos da América reconheceram Pedro Carmona como Presidente legítimo da Venezuela. Este foi deposto nas quarenta e oito horas seguintes por apoiantes de Hugo Chávez.
Este acontecimento enfraqueceu a relação Venezuela-EUA, mas ao mesmo tempo foram um catalisador para um fortalecimento com outros países da América Latina e do Médio Oriente. A verdade é que em 2015, durante a administração Obama, a Venezuela foi considerada uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Concluindo, a Venezuela teve a oportunidade ouro para se tornar uma potência, mas sucessivos governos sem controlo na economia e apenas com olhos para a industria petroquímica, levaram a um país que conta com uma moeda bastante desvalorizada, com a inflação mais alta do mundo.
Na minha opinião, a necessidade da Venezuela em importar quase todos os bens primários, deve-se ao foque à produção do petróleo na segunda metade do século XX, deixando para trás a produção de outros bens. E como precisa de importar esses bens, o lucro possível do petróleo que poderia ser aplicado noutros sectores da economia, acaba por não acontecer.

Hoje em dia, o povo Venezuelano sofre sem bens primários, devido à mencionada inflação, num país em que os problemas sociais e económicos parecem não ter fim.

Fontes:

Vítor Ribeiro – Nº 216924

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