O
petróleo sempre foi o principal dinamizador económico angolano assim como a sua
principal fonte de rendimento, o que está bem explanado na opinião geral que
sempre olhou Angola com olhos de imensa "riqueza" monetária devido a
esta matéria-prima.
Contudo
desde meados de 2014 que os preços do petróleo mundial estão em decréscimo
acentuado, o que leva a economias não diversificadas a cair em crise, sem
dinheiro para fazer as reformas necessárias de modo a tornar o seu país
sustentável. Não poderei de deixar um bom exemplo, a Noruega, que há não muitos
anos possuía no petróleo uma percentagem elevadíssima dos seus rendimentos,
conseguindo realizar reformas económicas com o objetivo de diversificar os seus
rendimentos e, numa possível crise petrolífera, não deixar o seu país numa
espiral de crise.
Angola
possuí uma economia extremamente vulnerável, é observável que em 2015, o
petróleo representou mais de 95% das receitas de exportação e 68% das fiscais
algo que não pode acontecer numa economia sustentada e sólida, que ficará
sempre "escrava" das variações de preços e a procura de crude a nível
mundial.
Dito
isto, é muito interessante observar as movimentações angolanas para superar
este problema de diversificação onde a solução encontrada foi pedir ajuda ao
FMI. O mesmo já em março teria enviado um documento ao governo angolano para
guardar parte das suas receitas petrolíferas para o investir novamente em novas
formas de rendimentos para si, não antecipando o tão rápido pedido de auxílio
económico.
E
é aqui onde a análise politica se aprofunda. Angola, ao pedir este programa de auxílio,
terá de pagar todo o futuro empréstimo com juros, o que poderá se tornar fácil.
Sim, fácil. Basta imaginar um futuro aumento do barril de crude para 100
dólares, que dará todo o rendimento económico necessário para tal. Ou seja,
Angola irá buscar o capital necessário agora para operar uma reforma económica
que contará com a ajuda das mentes financeiras do FMI e, no futuro, pagar
facilmente aos seus credores.
É
um jogo de sorte, mas que poderá compensar este risco político e económico.
Roberto Vieira
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