segunda-feira, 11 de abril de 2016

Estratégia brilhante Angolana?

O petróleo sempre foi o principal dinamizador económico angolano assim como a sua principal fonte de rendimento, o que está bem explanado na opinião geral que sempre olhou Angola com olhos de imensa "riqueza" monetária devido a esta matéria-prima.
Contudo desde meados de 2014 que os preços do petróleo mundial estão em decréscimo acentuado, o que leva a economias não diversificadas a cair em crise, sem dinheiro para fazer as reformas necessárias de modo a tornar o seu país sustentável. Não poderei de deixar um bom exemplo, a Noruega, que há não muitos anos possuía no petróleo uma percentagem elevadíssima dos seus rendimentos, conseguindo realizar reformas económicas com o objetivo de diversificar os seus rendimentos e, numa possível crise petrolífera, não deixar o seu país numa espiral de crise.
Angola possuí uma economia extremamente vulnerável, é observável que em 2015, o petróleo representou mais de 95% das receitas de exportação e 68% das fiscais algo que não pode acontecer numa economia sustentada e sólida, que ficará sempre "escrava" das variações de preços e a procura de crude a nível mundial.
Dito isto, é muito interessante observar as movimentações angolanas para superar este problema de diversificação onde a solução encontrada foi pedir ajuda ao FMI. O mesmo já em março teria enviado um documento ao governo angolano para guardar parte das suas receitas petrolíferas para o investir novamente em novas formas de rendimentos para si, não antecipando o tão rápido pedido de auxílio económico.
E é aqui onde a análise politica se aprofunda. Angola, ao pedir este programa de auxílio, terá de pagar todo o futuro empréstimo com juros, o que poderá se tornar fácil. Sim, fácil. Basta imaginar um futuro aumento do barril de crude para 100 dólares, que dará todo o rendimento económico necessário para tal. Ou seja, Angola irá buscar o capital necessário agora para operar uma reforma económica que contará com a ajuda das mentes financeiras do FMI e, no futuro, pagar facilmente aos seus credores.
É um jogo de sorte, mas que poderá compensar este risco político e económico.

Roberto Vieira

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