G7: “ Um mundo sem armas nucleares!”
No mundo de
hoje, onde deveriam predominar os sentimentos de paz, respeito e tranquilidade,
predominam os sentimentos de terror, medo e insegurança.
Muito em parte,
promovidos pelos meios de comunicação social e pelas estratégias de política externa em matéria nuclear, que
estão a ser adoptadas tanto pelos Estados Unidos da América como pela Rússia.
Numa tentativa
de reverter esta realidade, ou esta noção dos factos, os chefes da diplomacia
do G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido),
visitaram o museu do Memorial da Paz de Hiroxima, em homenagem às vítimas que
foram sujeitas à bomba atómica lançada pelos Estados Unidos da América
sobre a cidade japonesa.
A mensagem
central dos discursos dos chefes da diplomacia do G7, apelava a "um mundo
sem armas nucleares" na chamada "Declaração de Hiroxima", após a visita histórica do secretário de Estado
norte-americano, dado o contexto entre os Estados Unidos da América e o Japão,
ao memorial da cidade japonesa símbolo da bomba atómica.
Neste sentido,
os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, no final de uma reunião que se
prolongou por dois dias, cujas temáticas se debruçaram sobre os diversos
desafios e as provocações sistemáticas levadas a cabo pela Coreia do Norte,
reafirmaram que um dos seus compromissos é “de procurar um mundo mais seguro
para todos e de criar as condições para um mundo sem armas nucleares de forma a
promover a estabilidade internacional”.
Contudo,
concluíram afirmando que “esta tarefa tornou-se mais complexa com a
deterioração do ambiente de segurança numa série de regiões, como a Síria e a
Ucrânia e, em particular, pelas repetidas provocações da Coreia do Norte”.
Os ministros
dos Negócios
Estrangeiros do G7 sublinharam ainda a importância do encontro em Hiroxima, "71 anos depois da II
Guerra Mundial, teatro de um horror sem precedentes no mundo”. Pois,”ao longo
dos anos tem havido uma redução significativa dos arsenais nucleares dos
Estados dotados da arma nuclear", saudando e apelando, deste modo, a que
houvesse mais transparência nesta matéria. No sentido, em que é absolutamente
fundamental e crucial, para que seja possível dar resposta a estes desafios,
saber quantas e quais as verdadeiras armas nucleares que existem em todo o
mundo, ou seja, que cada Estado, envolvido nestas matérias, tem em sua posse.
Os chefes de diplomacia
do G7, incluindo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, um pouco
antes da Declaração de Hiroxima, visitaram o memorial do Parque da Paz de
Hiroxima, em homenagem às vítimas da bomba atómica.
Deste modo,
tratou-se de uma visita histórica, dado que John Kerry é o mais alto responsável da
administração dos Estados Unidos da América a homenagear as vítimas do
bombardeamento atómico
norte-americano. Conduz-nos então, a uma constatação de factos, que John Kerry
com a sua presença marcou uma posição que apela ao pacifismo, à segurança, à
tolerância e ao respeito. Isto é, a presença deste, é sem margem para dúvidas,
parte integrante de uma estratégia ao nível da política externa dos Estados
Unidos da América.
No entanto, é
relevante para o mundo de hoje, que não nos esqueçamos do que aconteceu em
Hiroxima. Pois, esta cidade japonesa foi devastada a 6 de agosto de 1945 por
uma bomba atómica lançada por um avião norte-americano que provocou a morte imediata
de aproximadamente de 80 mil pessoas, um número que aumentou até ao final de
1945, quando o balanço de vítimas se elevou para 140 mil, sem esquecer as muitas
mortes nos anos seguintes causadas pela radiação.
É neste mundo
que queremos viver? Ou melhor, é neste mundo que temos de viver? Pessoalmente,
espero que não. No fundo, quero acreditar que existe possibilidade de dar uma
resposta pacífica a estes desafios de âmbito nuclear, que insistem em dominar a
agenda internacional. Resposta esta que tem de passar efectivamente por
estratégias que terão de ser aplicadas ao nível da Política Externa de cada
Estado e por uma verdadeira e transparente cooperação internacional.
Bernardo Gonçalves
Fontes:
http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/nagasaki-lembra-os-70-anos-do-bombardeio-atomico/62366/
- acedido a 09/04/2016
http://www.cfr.org/international-organizations-and-alliances/group-seven-g7/p32957
- acedido a 09/04/2016
http://br.sputniknews.com/mundo/20160411/4099862/G7-chanceleres-2016.html
- acedido a 11/04/2016
http://www.dn.pt/mundo/interior/kerry-no-memorial-de-hiroxima-g7-apela-a-mundo-sem-armas-nucleares-5120384.html
- acedido a 11/04/2016
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