terça-feira, 12 de abril de 2016

G7: “ Um mundo sem armas nucleares!”

            

     No mundo de hoje, onde deveriam predominar os sentimentos de paz, respeito e tranquilidade, predominam os sentimentos de terror, medo e insegurança.

     Muito em parte, promovidos pelos meios de comunicação social e pelas estratégias  de política externa em matéria nuclear, que estão a ser adoptadas tanto pelos Estados Unidos da América como pela Rússia.

     Numa tentativa de reverter esta realidade, ou esta noção dos factos, os chefes da diplomacia do G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido), visitaram o museu do Memorial da Paz de Hiroxima, em homenagem às vítimas que foram sujeitas à bomba atómica lançada pelos Estados Unidos da América sobre a cidade japonesa.

     A mensagem central dos discursos dos chefes da diplomacia do G7, apelava a "um mundo sem armas nucleares" na chamada "Declaração de Hiroxima", após a visita histórica do secretário de Estado norte-americano, dado o contexto entre os Estados Unidos da América e o Japão, ao memorial da cidade japonesa símbolo da bomba atómica.

     Neste sentido, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, no final de uma reunião que se prolongou por dois dias, cujas temáticas se debruçaram sobre os diversos desafios e as provocações sistemáticas levadas a cabo pela Coreia do Norte, reafirmaram que um dos seus compromissos é “de procurar um mundo mais seguro para todos e de criar as condições para um mundo sem armas nucleares de forma a promover a estabilidade internacional”.

     Contudo, concluíram afirmando que “esta tarefa tornou-se mais complexa com a deterioração do ambiente de segurança numa série de regiões, como a Síria e a Ucrânia e, em particular, pelas repetidas provocações da Coreia do Norte”.

     Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 sublinharam ainda a importância do encontro em Hiroxima, "71 anos depois da II Guerra Mundial, teatro de um horror sem precedentes no mundo”. Pois,”ao longo dos anos tem havido uma redução significativa dos arsenais nucleares dos Estados dotados da arma nuclear", saudando e apelando, deste modo, a que houvesse mais transparência nesta matéria. No sentido, em que é absolutamente fundamental e crucial, para que seja possível dar resposta a estes desafios, saber quantas e quais as verdadeiras armas nucleares que existem em todo o mundo, ou seja, que cada Estado, envolvido nestas matérias, tem em sua posse.

     Os chefes de diplomacia do G7, incluindo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, um pouco antes da Declaração de Hiroxima, visitaram o memorial do Parque da Paz de Hiroxima, em homenagem às vítimas da bomba atómica.

     Deste modo, tratou-se de uma visita histórica, dado que John Kerry é o mais alto responsável da administração dos Estados Unidos da América a homenagear as vítimas do bombardeamento atómico norte-americano. Conduz-nos então, a uma constatação de factos, que John Kerry com a sua presença marcou uma posição que apela ao pacifismo, à segurança, à tolerância e ao respeito. Isto é, a presença deste, é sem margem para dúvidas, parte integrante de uma estratégia ao nível da política externa dos Estados Unidos da América.

     No entanto, é relevante para o mundo de hoje, que não nos esqueçamos do que aconteceu em Hiroxima. Pois, esta cidade japonesa foi devastada a 6 de agosto de 1945 por uma bomba atómica lançada por um avião norte-americano que provocou a morte imediata de aproximadamente de 80 mil pessoas, um número que aumentou até ao final de 1945, quando o balanço de vítimas se elevou para 140 mil, sem esquecer as muitas mortes nos anos seguintes causadas pela radiação.

     É neste mundo que queremos viver? Ou melhor, é neste mundo que temos de viver? Pessoalmente, espero que não. No fundo, quero acreditar que existe possibilidade de dar uma resposta pacífica a estes desafios de âmbito nuclear, que insistem em dominar a agenda internacional. Resposta esta que tem de passar efectivamente por estratégias que terão de ser aplicadas ao nível da Política Externa de cada Estado e por uma verdadeira e transparente cooperação internacional.


Bernardo Gonçalves


Fontes:

http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/nagasaki-lembra-os-70-anos-do-bombardeio-atomico/62366/ - acedido a 09/04/2016

http://www.cfr.org/international-organizations-and-alliances/group-seven-g7/p32957 - acedido a 09/04/2016

http://br.sputniknews.com/mundo/20160411/4099862/G7-chanceleres-2016.html - acedido a 11/04/2016

http://www.dn.pt/mundo/interior/kerry-no-memorial-de-hiroxima-g7-apela-a-mundo-sem-armas-nucleares-5120384.html - acedido a 11/04/2016


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