terça-feira, 24 de maio de 2016

EUA não pede perdão ao Japão

     No ano de 2009, foi colocada a hipótese de Barack Obama se deslocar até Hiroshima, mas o governo de Tóquio desaprovou tal iniciativa. Porém, na passada terça-feira, a Casa Branca anunciou que a visita a Hiroshima realizar-se-á a 27 de maio durante a viagem de Obama ao Japão, onde irá participar na cimeira do G7. Esta visita tem como principal objetivo destacar o compromisso da paz e da segurança num mundo sem armas nucleares.
      A Casa Branca deixa claro que os EUA não pedirão perdão ao Japão devido ao acontecimento de 6 de agosto de 1945, mais concretamente, o facto de o bombardeiro norte-americano Enola Gay ter lançado uma bomba atómica sobre Hiroshima, em que 140 000 pessoas morreram, incluindo os que sobreviveram à explosão mas que não resistiram às radiações e queimaduras, e ainda ao acontecimento do dia 9 de agosto de 1945, ou seja, a segunda bomba atómica lançada sobre a cidade de Nagasaki. Obama referiu que não pedirá desculpa, pois é importante reconhecer que no meio da guerra os líderes tomam todo o tipo de decisões.
      Existem várias formas para se pedir desculpa em japonês e o grau de inclinação do prevaricador determina a gravidade da situação e do seu arrependimento. Mas será que algum dia veremos os EUA a “inclinar-se” perante o Japão?


    O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que participava na cimeira de chefes da diplomacia do G7, foi o mais alto representante oficial norte-americano a prestar homenagem onde os EUA levaram a cabo o seu primeiro ataque nuclear. O mesmo mostrou-se comovido com a visita e afirmou que Hiroshima representa um marco devastador e que interpela a nossa sensibilidade. O Primeiro-ministro japonês crê que Obama ao visitar Hiroshima, ao compreender a realidade da exposição à radiação e ao expressar as suas opiniões, irá lutar por um mundo desprovido de armas nucleares.
     A Cimeira do G7 consiste num fórum que desempenha um papel importante na definição de respostas globais aos desafios a nível mundial, complementando a coordenação económica mundial realizada pelo G20. Irão estar reunidos os dirigentes do Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e UE. Esta cimeira irá ocorrer entre os dias 26 e 27 de maio, sendo o Japão o “acolhedor” desta cimeira. Esta centrar-se-á na economia e no comércio, na política externa, nas alterações climáticas e na energia. Os dirigentes debaterão sobre a luta contra o terrorismo e a crise migratória e de refugiados.
       O crescimento mundial continua a ser uma prioridade urgente para o G7. Por isso, os dirigentes terão que se comprometer a reforçar as suas respostas políticas, recorrendo a instrumentos estruturais, monetários e orçamentais. Além disto, espera-se que reforcem o apoio ao comércio livre como um meio que promova melhores postos de trabalho e níveis de vida. Também a transparência fiscal e a regulamentação financeira serão debatidos.
      Os dirigentes tentarão chegar a um acordo comum acerca das questões mais compressoras em matéria de política externa, essencialmente a situação na Ucrânia, Síria, Iraque, Irão e Líbia. Também irão debater sobre a luta contra o terrorismo, a não proliferação de armas e o desarmamento, os direitos humanos e a segurança marítima.
        Por fim, o G7 pretende encontrar uma resposta global para a crise dos refugiados e tentar que os dirigentes se comprometam a aumentar a assistência.
             
Sara Correia, N.º 216287

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