domingo, 1 de maio de 2016

Venezuela, calor derrete energia política e energética.

A sempre (in)constante Venezuela, onde uma chávena de leite equivale em preço a 200 barris de gasolina, está neste momento em severa crise energética e económica. O El Nino e a grande queda do preço do barril de petróleo encontram-se entres as grandes explicações do governo para justificar a acentuada crise e o corte de eletricidade durante várias horas, porém a sua população não concorda com o mesmo, onde manifestações públicas e recolhas de assinaturas para impugnar o mandato de Nicolás Maduro, não se revendo com as opções políticas tomadas pelo mesmo.
A verdade é que o País está afundado numa enorme escassez de produtos e bens alimentares básicos em paralelo com uma inflação galopante que poderá chegar a 720% refere o FMI.
É, nos dias de hoje, absurdo considerar que este aumento de inflação e precariedade de vida da população venezuelana seja atribuído apenas à descida do preço de petróleo. As políticas económicas de Caracas que favoreceram uma descida drástica do bolívar, onde consequentemente o banco Central da Venezuela, vendo-se sem dinheiro, foi obrigado a imprimir mais moeda, perdendo 94% do seu valor só em 2014.
Após anos a esconder a crise económica os consensos da oposição já foram realizados, onde os mesmos referem que só com uma alteração de governo é possível realizar as reformas sociais tão necessárias. Onde terá de ocorrer o fim de políticas marcadas pelo desinvestimento, crescimento exponencial e descontrolado da administração pública e onde a maioria dos produtos e bens essenciais são importados, que aliados à galopante inflação, faz com que a maioria das famílias não possua rendimentos para ativar a economia.
Um topografo português declara que “Os salários não conseguiram acompanhar a subida vertiginosa dos preços, diminuindo assim o poder de compra das famílias. “Se antes te habituaste arroz e lagosta, agora nem sequer tens dinheiro para comer tremoços”.
Com um nível crescente de revolta na população, Maduro joga as últimas cartas que possuí, aumentando as pensões e o salário mínimo ou seja 12º aumento desde que subiu ao poder e onde se pode observar mais medidas de controlo energético, para fazer face ao extremo calor e extrema seca que o país atravessa, como a alteração da semana laboral para apenas dois dias da semana.
A situação está insustentada e, onde a nível politico, Maduro retira poderes ao parlamente para impedir derrubo, onde a revolta da população encontra-se a poucos passos. Uma guerra Civil poderá se aproximar.

Roberto Vieira

Fonte:
http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-04-27-Funcionarios-publicos-da-Venezuela-vao-trabalhar-so-dois-dias-por-semana

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-04-28-Racionamento-de-eletricidade-gera-protestos-na-Venezuela

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