A
República da Argentina é o segundo maior país da América do Sul, constituindo
uma federação, composta por 23 províncias e uma cidade autónoma: Buenos Aires.
Adopta constitucionalmente a forma de uma democracia representativa. Faz
fronteira a norte com o Brasil. A sua economia é a terceira maior da América
Latina, podendo proporcionar uma alta qualidade de vida aos cidadãos, tendo em
conta um PIB per capita elevado.
A
sua integração na organização intergovernamental Mercosul (Mercado Comum do
Sul), uma união aduaneira, na qual há livre comércio e uma política comercial
comum entre todos os estados-membros - Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela -
constitui uma das principais relações externas do país. Também a Unasul - União
de Nações Sul Americanas- organização intergovernamental que resulta da
conjugação das duas uniões aduaneiras existentes na América do Sul – Mercosul e
a Comunidade Andina de Nações (CAN), representa uma condição das relações
externas da Argentina. Assim, a Argentina tem como principal parceiro político
e económico o Brasil.
O
país é considerado um mercado emergente pelo
“Global Equity Index” e é uma das economias do G20. A indústria é o
maior sector na economia do país (19% do PIB). No entanto, o país entrou num
período de austeridade fiscal em 2012, devido a um processo de desaceleração no
crescimento, na sequência da crise económica mundial.
Em
termos de política externa das últimas décadas, pode-se afirmar que, perante as
potencialidades do país, a Argentina tem-se caracterizado por uma política
exterior incoerente, descontínua, ambígua e contraditória. Dados que justificam
este comportamento terão sido o seu isolamento e neutralidade durante a 2ª
Guerra; a defesa última do Ocidente frente ao comunismo; a Guerra das Malvinas;
o “melhor aluno do FMI e do Banco Mundial” (Governo Menem, na década de 90); a
consequente condição de vítima das imposições económicas destas instituições e
a permanente atitude de confronto do presidente Nestor Kirchner (2003-2006).
A
situação anterior ao início do governo deste político citado era de profunda
crise económica e de falta de cumprimento dos compromissos financeiros
internacionais, perante a comunidade internacional. Durante o seu governo, N.K.
impulsionou a economia e equacionou o problema da dívida externa tendo
conseguido recuperar a autoridade perdida. Contudo, na política externa, a sua
personalidade e comportamento grotesco, para alcançar objectivos de curto
prazo, prejudicaram o país. Apesar do seu sucesso com a troca dos títulos da
dívida externa, não conseguiu regularizar as relações do país com o resto do
mundo. O presidente Kirchner pareceu considerar a política externa como um
empecilho e utilizou o conflito como instrumento dessa mesma política. A sua
regular falta de sensibilidade e de habilidade diplomática colocou-o em
situações de constrangimento tais como não receber governantes estrangeiros.
Claro que essas situações ferem a imagem do país afastando-o da prática de uma
política externa de longo prazo, séria, regular, de baixo perfil e que
dispusesse do apoio da sociedade civil. Mercosul.
Sucedeu
a Nestor Kirchen como presidente a sua esposa Cristina de Kirchner, com um
mandato presidencial que durou de 2007 a 2015. Embora esta muito fizesse em
termos de politica interna, não deu o rumo que o país necessitava em termos de
Politica Externa. Em Novembro de 2015 Mauricio Macri foi eleito presidente da
Argentina. Líder de uma frente de centro-direita opositora ao governo anterior,
tem pela frente um mandato de 4 anos.
Os
observadores são unânimes em afirmar que Macri irá protagonizar uma
“reviravolta” na política externa Argentina, e esperam avanços no estreitamento
das relações com o Brasil. Após uma reunião com Dilma Rousseff, Macri afirmou
que “se o Brasil estiver bem, a Argentina está melhor, e vice-versa”.
Actualmente,
no contexto da crise e da recessão económica global, acresce a importância de
se manterem relações que impulsionem as relações económicas e comerciais, de
forma a incentivar o crescimento económico da Argentina. Um dos objectivos
actuais dos políticos argentinos passa pela sua aproximação dos país da América
do Sul, com o fortalecimento das relações bilaterais, nomeadamente com o Brasil,
na vertente económica e comercial, mas também um esforço de aproximação da
União Europeia, Estados Unidos da América e Japão, por estes actores
internacionais constituírem fortes potências a nível mundial.
Nos
últimos dias recebeu já o primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi, e o
presidente da França, François Hollande. Em Março aguarda a visita do
presidente americano Barack Obama. A ida destes líderes a Buenos Aires e a
reaproximação com outros países, levam os especialistas em relações internacionais
a interpretar que a Argentina está a seguir um novo rumo na sua política
externa - com novas perspectivas de diálogos com o Brasil e nos acordos
comerciais envolvendo o Mercosul. Tudo indica que a Argentina está a sair do
isolamento com Macri, retornando assim ao cenário internacional. Veremos.
Fontes:
Mariana Dinis
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