No
início da década de 90, com a derrocada do Muro de Berlim, ergueu-se no
Ocidente um período de otimismo devido à vitória do liberalismo face ao comunismo
característico da União Soviética.
Tendo
em conta o sucedido, uma nova ordem mundial é aclamada pelo então presidente
Norte-Americano, George Bush, “baseada na cooperação, no multilateralismo e na
supremacia da democracia liberal sobre quaisquer outros regimes políticos e
económicos” (Backes, 2015). Os EUA visavam a gestão do desenvolvimento de
outras nações e a manutenção dos seus próprios recursos de poder para se conservarem
no topo (Neack, cit. in Mesquita e Santos, 2013).
No
entanto, conflitos entre estados e conflitos éticos não tardaram a surgir, e
com isso, a “intensificação do fundamentalismo religioso” (Backes, 2015). Em
1996, o presidente Bill Clinton incitou a nação norte-americana a assumir a
liderança, a garantir a liberdade, o progresso, o indigitamento da base
democrática e a sua difusão, a fortificação da segurança nacional (Nasser, cit.
in Backes, 2015), e a promoção dos direitos humanos como o objetivo fundamental
da política externa dos EUA. O novo preceito de intervenção humanitária
“defende que as convicções humanas integram de tal forma a tradição americana
que, no seu extremo, justifica pôr vidas em risco em qualquer parte do mundo
(Kissinger, cit. in Mesquita e Santos, 2013).
Em
2001, com a chegada de George W. Bush à presidência americana, o país viu-se
confrontado com um ataque terrorista, perpetrado pela Al-Qaeda. A preocupação
da segurança americana que outrora apoquentava com o Comunismo Soviético, passa
agora a preocupar-se com o terrorismo, contra tal organização “sem território
próprio e sem um Exército reconhecível” (Hobsbawm, cit. in Backes, 2015). Começa
então uma era contra os países que os norte-americanos consideravam como responsáveis
e financiadores da rede terrorista, tendo-se intrometido nas Guerras do
Afeganistão e do Iraque.
Posteriormente
à imagem americana desgastada, devido às suas intervenções internacionais,
surge Barack Obama. O Presidente da América no início do seu mandato sustentou
a vontade de distanciar a sua Administração do Republicano George W. Bush.
Apenas alguns meses da tomada de posse, Obama discursou numa cidade muçulmana,
em Cairo, onde apelou “um novo começo entre os Estados Unidos e o mundo
muçulmano” (Obama, cit. in Mesquita e Santos, 2013), com vista a renovar a
imagem americana no Médio Oriente. Meses mais tarde, o presidente
Norte-Americano recebe o prémio Nobel da paz, devido ao desarmamento nuclear
como prioridade de política externa, mantendo esforços para reconstruir a paz
no Médio Oriente.
Relativamente
ao seu caracter policiador dos direitos humanos e da democracia, a América
sempre se mostrou transparente na sua posição relativamente a vários países incluindo,
entre muitos, a Cuba. Os EUA sempre demostraram o seu desconforto em relação à
situação cubana, declarando que o seu objetivo de tornar Cuba num país
transparente e democrático não foi realizado, continuando a ser governada pelos
“Castros e pelo Partido Comunista” (White House). Tal situação não auxilia os
interesses da América e do próprio povo cubano. Todavia, Obama desde a tomada
do cargo, tem empreendido esforços para re-estabelecer relações diplomáticas e
trabalhar em comum para a resolução de problemas relativos à migração, combate
ao narcotráfico, proteção ambiental, tráfico de pessoas, auxiliar a sociedade
civil em cuba e benfeitorizar o livre fluxo de informações entre os cubanos
(White House).
Os
Estados Unidos da América que outrora foram “a colónia da maior potência
colonial da história”, passaram a uma das maiores (se não a maior) potências
mundiais do mundo (Anderson, cit. in Sader, 2014). Relativamente à politica
externa, inspiram-se nos ideais fundadores e na sua história, aspirando como
objetivos, a supremacia mundial, a segurança da sua nação e dos seus aliados, o
desenvolvimento assente na inovação com um sistema económico livre, o carácter
defensor e expansionista do ideal democrático e dos direitos humanos, indo
contra os países totalitários, lutando para tornar o mundo seguro e democrático,
tornando-se “um standard de liberdade e independência” (Bowman, cit. in
Mesquita e Santos, 2013).
“For America, the choice is clear: We choose hope over fear.
We see the future not as something out of our control, but as something we can shape
for the better through concerted and collective effort. We reject fatalism or
cynicism when it comes to human affairs. We choose to work for the world as it
should be, as our children deserve it to be.” (Obama, 2014)
Fontes:
Backes,
Guilherme (2015). “O Fundamentalismo Islâmico e a Política Externa
Norte-Americana”. Relações
Internacionais. Disponível em: http://relacoesinternacionais.com.br/2015/03/20/o-fundamentalismo-islamico-e-a-politica-externa-norte-americana/,
consultado a 27 de Fevereiro de 2016.
Mesquita
e Santos, Mariana (2013). Os media e a
política externa nos EUA – o caso da intervenção da Líbia em 201. Coimbra:
Universidade de Coimbra. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/24655/1/TESE_draft_final_1_mariana_novo.pdf,
consultado a 27 de Fevereiro de 2016.
Público
(2009). “Nobel da Paz para Barack Obama”. Disponível em: https://www.publico.pt/mundo/noticia/nobel-da-paz-para-barack-obama-1404371,
consultado a 28 de fevereiro de 2016.
Sader,
Emir (2014). “A política externa norte-americana e seus teóricos”. Blog da Boitempo. Disponível em: http://blogdaboitempo.com.br/2014/05/21/a-politica-exterior-dos-eua-e-os-seus-teoricos/,
consultado a 28 de Fevereiro de 2016.
White
House (s.d.) “Charting a New Course on Cuba”. Disponível em: https://www.whitehouse.gov/issues/foreign-policy/cuba,
consultado a 28 de Fevreiro de 2016.
White
House (2014) “Foreign Policy”. Disponível em: https://www.whitehouse.gov/issues/foreign-policy,
consultado a 28 de Fevereiro de 2016.
Imagem
disponível em: http://prestesaressurgir.blogspot.pt/2013/10/noam-chomsky-e-o-labirinto-politico-dos.html
Ivan Rodrigues de Sá – nº
216290
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