quinta-feira, 24 de março de 2016

Ataque eminente, ataque inesperado.


A população europeia, ainda recuperava dos atentados que assolaram Paris, em Novembro, e tentava encontrar uma solução para a crise humanitária que a esta a assolar. Tudo parecia estar a compor-se, até a conseguida captura de Salah Abdeslam, o jihadista que estava a monte desde o ataque de Paris, encontrado no bairro de Molenbeek, em Bruxelas. Contudo, a 22 de Março de 2016, Bruxelas acorda debaixo de fogo, com três atentados, já reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).
Eram oito horas da manhã, em Bruxelas, sete horas em Portugal, quando duas fortes explosões no aeroporto de Zaventem tiraram a vida a catorze pessoas. Uma hora mais tarde explode uma terceira bomba na estação de metro de Maelbeek, onde morrem mais vinte pessoas. Os números actuais dão conta de 34 mortos e cerca de 300 feridos, 61 ainda se encontram em cuidados intensivos. As autoridades Belgas atuaram rapidamente, e fecharam o espaço aéreo, encerraram transportes e aumentaram o nível de alerta terrorista para o máximo.
Charles Michel, primeiro-ministro belga, nas primeiras declarações depois das explosões afirmava: “Receávamos um atentado e ele aconteceu”. De facto este é o ponto que todos os analistas estão a frisar: a suspeita de um ataque eminente, que estava em cima da mesa, mas não ajudou a prevenir ou minimizar estes ataques, apanhando de surpresas as forças de segurança belgas. Outros falam em uma repercussão rápida do EI à captura de Salah Abdeslam, que pode ter originado uma acção precipitada dos terroristas, dada a ligeira desorganização dos atentados. As autoridades policiais belgas empreenderam várias rusgas nos últimos meses, uma vez que já estavam em alerta para a actividade terrorista dentro do país, mas mesmo assim foi um ataque inesperado.
No entanto, o verdadeiro facto aqui é a existência dentro da Bélgica de uma das maiores comunidades muçulmanas da europa, e de ser o país que mais contribuiu com combatentes para a Síria, que possivelmente já regressaram a Bélgica. O país é conhecido pela pobreza jovem, baixa taxa de instrução e elevada taxa de desemprego jovem, coincidindo como um dos principais grupos etários aliciados pelo EI. Toda a população belga, e europeia sabem desta desorganização, e desta triste realidade que os jovens europeus continuam a enfrentar, e mesmo assim nem um atentado põe início a um novo debate sobre a falta de condições sociológicas, de incentivo e de oportunidades que estão a afectar os jovens europeus.
Na sequência dos acontecimentos os belgas rapidamente mobilizaram-se e encheram praças e locais emblemáticos da cidade com mensagens de apoio aos familiares das vítimas e mesmo com medo, procuram demonstrar que repudiam e não se identificaram com estes actos atrozes de violência. Com amor combatemos o medo.


Karen Ferreira

Fontes:
http://www.dn.pt/mundo/interior/o-que-se-sabe-sobre-os-atentados-de-bruxelas-5090248.html [visualizado em: 23/03/2016]
http://www.cfr.org/belgium/brussels-bombings-threaten-european-unity/p37680?cid=soc-facebook-in-brussels_bombings_threaten_european_unity-032316 [visualizado em: 23/03/2016]
http://economico.sapo.pt/noticias/os-atentados-que-ninguem-esperava-e-de-que-todos-estavam-a-espera_245440.html~ [visualizado em: 23/03/2016]
http://www.dn.pt/mundo/interior/primeiro-ministro-belga-receavamos-um-atentado-e-ele-aconteceu-5089568.html [visualizado em: 23/03/2016]
http://www.dn.pt/mundo/interior/a-place-de-la-bourse-transforma-se-num-gigantesco-memorial-5090590.html [visualizado em: 23/03/2016]
http://www.theguardian.com/commentisfree/2016/mar/22/islamic-state-brussels-jihadis?CMP=fb_gu [visualizado em: 23/03/2016]
Fonte imagem:
http://og.infg.com.br/mundo/18932755-e1d-d75/FT1086A/420/201603221241239433_AFP.jpgV [visualizado em: 23/03/2016]

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