quarta-feira, 23 de março de 2016

Micro-organismos Terroristas

Calamidades, destruição, bem como falta de higiene reportam-nos à situação que vive o Médio Oriente, mas hoje o artigo assumirá um rumo distinto dos habituais, os quais se reportam às organizações terroristas, guerra civil da Síria, autodenominado Estado Islâmico e afins. Hoje, a missão assenta em abordar uma temática ainda pouco discutida, e que em consequência das três situações enumeradas inicialmente, se proliferou pela região em referência, a qual designei por micro-organismos terroristas, predominantemente aquando da ascensão do autodenominado Estado Islâmico, segundo a OMS.
Trata-se de um parasita, leshmania, que está a assolar o médio oriente, mas em particular a Síria, o qual se dissemina pelo enfraquecimento do sistema imunitário da população. Após a mordida, os parasitas entram no sangue, com vista ao ataque das células imunes, provocando úlceras na pele, ou seja, comendo-lhe a carne e, sendo uma infeção, o tratamento assenta na ingestão de anti inflamatórios ou antibióticos, cuja progressão é efémera caso não seja tratada, à mercê da amputação dos membros ou mesmo a morte. Foi designada por Leishmaniose, uma doença canina, mas que começa a atingir os humanos. Esta subdivide-se em 3 tipos, sendo o referido, a leishmaniose cutânea.
De facto, os media, face à presença de outros assuntos que marcam a agenda internacional, bem como à calamidade instalada na região, não noticiam a situação e, por conseguinte, a maioria dos cidadãos não conhece a realidade. Assim sendo, paradoxalmente à Zika, a título de exemplo, não existe modo de o travar, ou seja, a elite social, através dos seus meios não influencia a elite política, a qual não toma nenhuma atitude, algo que se demarca da situação experienciada, devido ao parasita referido anteriormente. Tendo em conta que a leshmania apenas se atrai pela falta de higiene, característica das regiões menos desenvolvidas do globo, como é a Síria, os países desenvolvidos não envolvem esforços à resolução da questão, porém esta ganha formas ao assistirmos à demanda consecutiva dos Sírios para a Europa, os designados refugiados, cujas condições higiénicas a que são sujeitos pouco diferem do sítio onde fugiram, antes de chegar aos países que os irão acolher. Por conseguinte, caberá ao Ocidente lidar com a patologia, que alastrando, despenderá uma quantia bastante avultada.
Apesar de ter mencionado a inércia do ocidente no respeitante à temática, o facto é que aquando da ajuda deste, através dos médicos sem fronteiras, o Estado Islâmico proibiu os cuidados a quem adquiriu a patologia, fazendo-os, deste modo, recuar. Até o próprio autodenominado Estado Islâmico está a ser dizimado devido à patologia, primordialmente em Raqqa, a capital do seu califado.
Posto isto, era crucial que os países do Ocidente, os designados países desenvolvidos, colocassem como âmago da sua política externa, além do terrorismo e os refugiados, a epidemia que o médio oriente é alvo, a qual pode atingir o seu território de um modo efémero, através dos refugiados, muito embora o parasita não seja resistente ao frio, a Europa do centro e sul é marcada pelo seu clima ameno e mediterrâneo propício a tal.
Leshmaniose, mais um devorador humano!

Beatriz Rodrigues Charneco

Fontes:
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,um-parasita-sanguessuga-na-siria-imp-,1046127, 22 de março de 2016

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