O Reino Hashemita da Jordânia
ganhou a independência em 1947, na altura conhecido como Transjordânia. Não tem
acesso marítimo e faz fronteira com Israel a Oeste, Reino da Arábia Saudita a
Sul e Este, República Árabe da Síria a Norte e República do Iraque a Nordeste.
Após
a independência, a Jordânia viu-se envolvida em conflictos com Israel durante a
Guerra de 1947 (tendo nesta conquistado o West Bank), a Guerra dos Seis Dias
(tendo nesta perdido o controlo do West Bank) e a Guerra do Yom Kippur, bem
como numa guerra civil entre o Estado Jordano e as Forças Palestinianas de
Arafat (mais tarde, apoiadas pela Síria de Hafez al-Assad), que na altura estavam
entre Setembro de 1970 e Junho 1971, naquilo que ficou conhecido como “Setembro
Negro”.
A
política externa Jordana caracteriza-se como sendo pró-Ocidental, inserida no
âmbito do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e fruto da sua localização e
configuração geográfica. A Jordânia tem
boas relações com os EUA (político-militares e económicas) e com a União
Europeia, fazendo parte de vários programas da política de vizinhança da UE que
inclusivamente permitem-lhe a exportação de produtos para a UE sem tarifas
alfandegárias e é um Aliado não-membro da NATO. Participa activamente em
missões humanitárias da ONU (sendo aliás um dos maiores contribuidores para
tal) bem como em intervenções militares Ocidentais (como por exemplo, a
intervenção na Líbia em 2011) e está dependente dos EUA (em especial) para as
suas forças armadas que são compostas, maioritariamente, por equipamento
militar Norte-Americano. A nível
regional, a Jordânia age de acordo com as políticas seguidas pelo GCC: apoia
forças rebeldes no sul da Síria, faz parte da nova aliança militar liderada
pela Arábia Saudita e intervém no Iémene do lado do Presidente Hadi e das suas
forças a pedido da Arábia Saudita, no contexto da guerra de procuração entre
Arábia Saudita e República Islâmica do Irão que faz sentir um pouco por todo o
Médio Oriente, em especial na Síria, Iémene e Líbano. Além disso, a Jordânia é
um de de apenas dois países Árabes (o outro é o Egipto) a ter assinado um
tratado de paz com Israel em 1994 e mantém boas relações diplomáticas com
Israel. No que toca ao caso Palestiniano (uma causa importante para a Jordânia
devido aos refugiados Palestinianos que vivem na Jordânia e à ligação histórica
com o West Bank), a Jordânia defende o diálogo entre a Autoridade Palestiniana
e Israel de modo a alcançar a paz.
Ora,
há alguns factores absolutamente determinantes para a política externa da
Jordânia. E esses são a localização geográfica e os recursos naturais. A
Jordânia, como já referido, é um país cercado por massas terrestres, ou seja,
não tem portos marítimos de onde possa realizar as suas importações e
exportações, ou seja, a sua economia está fortemente dependente dos países com
os quais faz fronteira. Além disso, a Jordânia é muito pobre em recursos
naturais. Em concreto, não possui reservas economicamente viáveis de petróleo e
quase não possui recursos aquíferos. Estes dois factores influenciam
tremendamente a política externa da Jordânia. A Jordânia tem, obrigatoriamente,
de ter boas relações com, pelo menos, a grande maioria do seus vizinhos pois
deles está economicamente dependente, nem que seja meramente pelo transporte de
bens que vêm de lugares como a UE ou a China e que têm de passar por esses
vizinhos (uma vez que a grande parte do comércio mundial é feito pelo
transporte marítimo). Já em relação aos recursos naturais, como o petróleo, a
Jordânia é um caso curioso. Numa área geográfica tão rica em petróleo e gás
natural, a Jordânia não possui reservas petrolíferas economicamente viáveis
possuindo, no entanto, algum gás. Assim, a dependência energética do país é
quase total – mais uma vez, boas relações
(como sempre teve com o Iraque nesta matéria) com os seus vizinhos é
essencial.
A
Jordânia, através da sua política externa, desenvolve esforços para manter boas
relações com os seus vizinhos, com a devida excepção da Síria, uma vez que se
opõe a Damasco. Estes esforços são muito importantes, como vimos, devido à
posição geográfica do país e à falta de recursos naturais, e as boas relações
com os EUA e a UE (sendo elas politicas e económicas com os EUA e a UE e
militares com a NATO), mas também com Israel, são fundamentais para a economia
nacional. Se tivesse acesso marítimo, talvez a Jordânia pudesse ser mais como a
Omã (muito mais neutral e independente em relação à Arábia Saudita, mantendo
boas relações tanto com Arábia Saudita como com o Irão) do que como o Bahrain
(poderá mesmo dizer-se que é a 14ª região da Arábia Saudita, o Wilayah Bahrain)
sendo que, no entanto, uma coisa é certa, a sua política externa não está
limitada à sua condição geográfica.
Gustavo Gomes Nº216302
Fontes:
http://edition.cnn.com/2015/03/26/middleeast/yemen-saudi-arabia-airstrikes/
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