A
Suíça é o país neutro (continuamente) mais antigo do mundo e por isso tem como
objectivo fundamental da sua política externa, a preservação da independência
nacional e que por sua vez garantiu até aos dias de hoje, que o país não participasse
em nenhuma guerra desde o ano de 1815, evitando por isso guerras, como a
primeira e segunda guerras mundiais e o conflito “Guerra Fria”, entre os
Estados Unidos da América, e os Aliados Ocidentais e a União Soviética.
Sendo
a independência nacional, o principal objectivo da política externa suíça, o
país tem-la também não só orientada para o seu desenvolvimento, mas como para o
de todo o mundo e assenta em cinco objectivos concretos, para a sua efectivação,
a promoção da coexistência pacífica entre países, a promoção do respeito pelos
direitos humanos, a democracia e o estado de direito, a promoção dos interesses
económicos do país no estrangeiro, a eliminação da pobreza no mundo e a
promoção da preservação do ambiente e dos recursos naturais.
A
sua neutralidade levou a que a suíça se recusasse a aderir à União Europeia e
só em 2002, é que se tornou membro de pleno direito da Organização das Nações
Unidas, pois pertencer a determinadas organizações e principalmente a
organizações como a União Europeia, que através dos seus processos internos a
iriam vincular a determinados documentos políticos, pondo em causa essa
condição fundamental da política externa do país. Não obstante do referido
anteriormente, faz parte do Espaço Schengen e é parceiro de paz da NATO. É
ainda membro da Associação Europeia de Livre Comercio (EFTA), do Conselho
Euro-Atlântico e do Conselho da Europa, entre outros.
As
relações diplomáticas suíças passam pela ajuda a países em desenvolvimento,
pela manutenção da paz e pela promoção do direito internacional, como pilar
fundamental das relações internacionais. Desta forma, por ser neutro e promotor
do direito internacional, a suíça é a casa das mais importantes conferências
diplomáticas do mundo, assim como dos mais diversos tratados internacionais ao
longo da história contemporânea, para além de ser a sede de muitas das mais
importantes organizações governamentais e não-governamentais internacionais.
Com
a queda da União Soviética e o subsequente final da guerra fria, a Suíça viu
assim a sua capacidade de mediar conflitos aumentar e desta forma tem sido
mediador dos conflitos entre os EUA-Cuba; EUA-Irão; Rússia-Geórgia; EUA-UE-Rússia-Ucrânia;
EUA-UE-Rússia-Síria e ainda nos conflitos internos no Iémen, entre outros.
Tendo sido resolvidos, actualmente, alguns destes conflitos, como é o caso dos
conflitos entre os EUA-Cuba e EUA-Irão.
Ao
contrário de todos os outros países democráticos, a Suíça é o único país que é
uma democracia directa, tendo diferentes, logo à partida, um conjunto de
órgãos, organizações e processos. E é por essa mesma razão, que o país não teve
e continua a não ter um comportamento, se é que se pode dizer, idêntico ao dos países
ocidentais, democráticos e desenvolvidos, no que toca às políticas, tanto
internas como externa, porque é necessária, a aprovação ou não, da população
suíça e não de um parlamento ou de um governo (representantes e governantes). E
como se pode constatar, nem sempre o que os representantes e governantes acham que
deve ser o rumo do país, a população aprova, como acontece com a integração em
organizações internacionais, a ratificação de acordos e tratados internacionais
ou participação em certas missões ou conflitos externos.
Concluindo,
a Suíça beneficia muito da sua política externa, principalmente pela sua
neutralidade e pela sua capacidade de negociar com todos os países e
organizações internacionais, que não deixa de vez em quando, de ter os seus
percalços e até ocasionais conflitos, como aconteceu mais recentemente, em
2008, com a Líbia. Mas geralmente as suas relações externas são muito boas e consegue
concretizar o seu objectivo fundamental, a sua independência nacional. Mas a
política externa suíça, como foi referido antes, não termina nos benefícios
para o próprio país, tem também um forte componente de apoio a países
terceiros, quer seja em ajuda humanitária, manutenção da paz, ou
desenvolvimento nas mais diversas áreas.
E
é assim que um país pequeno no continente mais conflituoso do mundo, consegue
manter-se independente, apesar de todos os desentendimentos, conflitos e
guerras, algumas mesmo à “porta”, desde o início do século XIX.
Diogo
Estudante, nº 216647
Fontes:
http://www.swissinfo.ch/por/pol%C3%ADtica-externa/29726416
(Data de Acesso 29 de Fevereiro de 2016)
https://www.eda.admin.ch/eda/en/home.html
(Data de Acesso 29 de Fevereiro de 2016)
http://www.swissinfo.ch/por/a-dif%C3%ADcil-aproxima%C3%A7%C3%A3o-entre-su%C3%AD%C3%A7a-e-europa/859038
(Data de Acesso 29 de Fevereiro de 2016)
http://darozhistoriamilitar.blogspot.pt/2015/12/suica-um-pais-neutro-desde-1515.html
(Data de Acesso 1 de Março de 2016)
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