Em
diversos momentos da história, os povos de diversos países submeteram-se a líderes
extremistas. A liderança de muitos desses governantes era alimentada por crenças
presentes nas populações, das quais os respectivos governantes conseguiam
retirar o devido proveito.
Donald
Trump, um dos candidatos republicanos a disputar as eleições primárias para a
Casa Branca, está a ganhar protagonismo, às custas de ideias e medidas
controversas que promete realizar caso seja eleito. Entre estas ideias que
revelam muito dos seus ideais conservadores, nacionalistas e extremistas está o
muro a separar os Estados Unidos da América, do México, para que não entrem ilegalmente
em território americano, mexicanos apelidados pelo próprio, de muitos serem violadores
e traficantes de droga. Contudo, Donald Trump consegue ir ainda mais longe,
dizendo que os muçulmanos devem ser expulsos e proibidos de entrar nos Estados
Unidos, dado o risco de serem terroristas.
Pior
do que o facto de um candidato à presidência dos Estados Unidos defender tais
ideias, será mesmo o facto de estar a encontrar na população americana apoio
para levar estas propostas avante. Donald Trump tem sabido gerir bem os seus
apoiantes, que estão a crescer, sendo que as manifestações de apoio são cada
vez maiores. Transparece para fora, que este, apenas diz aquilo que as pessoas
querem ouvir, principalmente no que toca à defesa dos interesses dos
americanos.
Este
sensacionalismo tem marcado a campanha do candidato, sendo contestado por todos
os seus opositores, dentro e fora do partido republicano. O facto destas ideias
de Donald Trump serem tão polémicas, leva a que pessoas que apoiam outros
candidatos e que não se revêm na candidatura do republicano, tentem boicotar os
seus comícios e impedir que este discurse. Nas diversas invasões aos seus
comícios, já se registaram incidentes violentos e desacatos. Com a sua postura
própria, o candidato acaba por incitar a violência, como meio de resolução de
problemas, como o fez em pleno discurso numa das ocasiões. Apesar de ter sido contra
a invasão que os EUA fizeram no Iraque, mostra hoje uma postura muito mais
agressiva e conflituosa em relação a outros países, e por sua vez a outras
religiões e culturas.
No
meu ponto de vista, se Donald Trump não mostrar capacidades de resolver
pequenos conflitos nos seus comícios, apelando à calma e à liberdade de
expressão, entre outros valores básicos de uma democracia, então, não demonstra
capacidades para numa situação de tensão internacional (enquanto possível
Presidente Americano), aliviar esse clima através de medidas diplomáticas. Ao
invés, demonstra que seria impulsivo, e funcionaria como um catalisador de um
clima de tensão e de atritos dentro da comunidade internacional.
Por
essa razão, uma possível eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA seria,
a meu ver, um perigo para a estabilidade das relações entre as grandes
potências. É preciso não esquecer que os EUA são um dos maiores poderios
militares do mundo, inclusivamente com armas nucleares. As ideias que Trump já
revela na campanha, são inspiradoras (de forma negativa) do ambiente que este
pretende criar. Num momento que as nações apelam a campanhas de desarmamento,
de pacificação, em que se trava uma luta contra o Estado Islâmico, será
dispensável a criação de outros conflitos, principalmente entre grandes actores
internacionais.
Apesar
desta minha opinião, Donald Trump parece estar a conquistar votos, tendo alguns
americanos do seu lado. No entanto, ideais tão nacionalistas e talvez
xenófobos, não serão certamente bem acolhidos numa sociedade tão multicultural,
como é a americana, onde são muitas as comunidades de vários pontos do globo.
Donald Trump parece alimentar-se de crenças e ideias presentes na sociedade e
não manifestadas pelos americanos, como se estivessem “adormecidas”. Do outro
lado os americanos suportam estas ideias. Cada vez mais a política é a arte de
dizer às pessoas aquilo que elas querem ouvir.
Uma
coisa é certa, se ganhar, Donald Trump não será certamente o presidente de
todos os americanos.
João
Cunha
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