No passado dia 09 de Março do presente ano, após a Macedónia assegurar o fecho integral das suas fronteiras no que diz respeito à passagem de migrantes ilegais vindos, sobretudo, do Médio Oriente e do Norte de África, países como a Eslovénia, Croácia, Sérvia e Hungria comunicaram de imediato a inserção de limitações referentes à chegada e ao acesso por parte destes migrantes dos seus territórios nacionais.
A decisão por parte da Eslovénia em não permitir que mais refugiados atravessassem o seu território, “teve um efeito de dominó pelos países contíguos” (Siza, 2016). Segundo Miro Cesar, primeiro-ministro da Eslovénia “A rota dos refugiados pelos Balcãs acabou. Só indivíduos com passaportes válidos e vistos de entrada na União Europeia serão autorizados a entrar; a porta fecha-se definitivamente para todos os restantes migrantes, à exceção daqueles que pretendam candidatar-se a asilo no país” (Siza, 2016). Estas decisões e ações praticadas por parte destes países materializaram o encerramento da denominada “Rota dos Balcãs.”
A “Rota dos Balcãs” consiste, pois, numa passagem através da qual atravessam milhares de migrantes ilegais que detêm como principal objetivo ascender aos territórios europeus, nomeadamente, países do Norte da Europa e sobretudo à Alemanha.
No entanto, a Grécia criticou fortemente a decisão unilateral de diversos países do Leste Europeu de cingir a rota migratória dos Balcãs, uma vez que a decisão da Macedónia ao bloquear todas as entradas do seu país aos refugiados resultou numa enchente de pessoas bloqueadas na Grécia, nomeadamente na região que faz fronteira com a Macedónia, Idomeni.
O momento vivido no país helénico reflete uma profunda crise humanitária a todos os níveis, aglomerando cada vez mais um número catastrófico de migrantes ilegais que se encontram a viver num campo improvisado à ultima da hora em condições extremamente precárias e lamentáveis. “Não há instalações sanitárias suficientes, não há água quente nem duches e a comida quente não é suficiente. Além das condições sanitárias insuficientes, há urgência em pessoal e equipamento médico, bem como medicamentos.” (Dos Santos, 2016)
De modo a exacerbar ainda mais a situação lastimável em que se vive na Grécia, “cada vez mais o número de pessoas a chegar a Idomeni não pára de aumentar” (Dos Santos, 2016).
No entanto, não é só na Grécia que se critica exaustivamente o encerramento da “Rota dos Balcãs”, também, a Chanceler alemã Angela Merkel condena a decisão “unilateral” de diversos países, afirmando à rádio pública alemã MDR que “não se resolve o problema aplicando uma decisão unilateral”, defendendo que é necessário “uma boa decisão para os 28 países membros da União Europeia” (France-Presse, 2016). A Chanceler alemã acrescentou também que "esta situação não é sustentável ou perene. Pessoalmente, penso que a decisão unilateral da Áustria, e depois dos países dos Balcãs, faz com que cheguem menos refugiados, mas coloca a Grécia em uma situação muito difícil" (France-Presse, 2016).
De modo a atenuar e a aliviar o peso da corrente migratória que se faz sentir cada vez mais na Grécia, no passado dia 07 de Março teve lugar a cimeira União Europeia-Turquia, cujo principal desígnio consiste em que a Turquia “assuma o papel principal de tampão dos fluxos migratórios, quer na fronteira marítima com a Grécia, quer no mar Egeu, mas também nas suas fronteiras terrestres a sul.” (Lopes, 2016). De outra forma, a Grécia não conseguirá suster por muito mais tempo a chegada incontrolável de tantos migrantes ilegais ao seu país.
A melhor solução não passa pela interdição dos migrantes ilegais às fronteiras dos países europeus. Não é por deixá-los a viver em condições miseráveis com um futuro totalmente dúbio que se resolve os problemas do enorme fluxo migratório que se faz sentir cada vez mais, nos dias de hoje, na Europa.
Sara Martins, nº 216307
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