Nazi do século XXI?
Donald Trump, empresário e concorrente às presidenciais norte-americanas, nunca se mostrou preocupado em fazer um discurso politicamente correto. As suas ideias consideradas xenófobas têm criado bastante polémica, desde os estrangeiros americanos até aos próprios republicanos, passando também por personalidades fora das fronteiras dos Estados Unidos.
Planos que vão desde a construção de um muro para impedir a entrada de mexicanos, em que Trump considera que tal construção serve apenas para impossibilitar a entrada de “traficantes de droga e violadores”, a ideias de fechar as fronteiras a todos os muçulmanos. Os seus apoiantes, a parte conservadora e republicana americana, têm respondido com aplausos a tais propostas, no entanto, a comunidade imigrante já inserida nos EUA não têm replicado com os mesmos aplausos. A população do país sempre foi caraterizada pela sua diversidade cultural, pois parte dos seus habitantes é composto por latino-americanos, afro-americanos e, outras nacionalidades e seus descendentes, que já se encontram enraizados, nacionalizados e naturalizados no país. A nação liberal pode estar em causa, sobretudo para essa parte da população, pois “se Donald Trump chegar à Casa Branca, é garantido que nunca será o Presidente de todos os americanos” (Martins, 2016). O próprio papa Francisco reagiu contra a declaração do candidato, sobre construir um muro entre a fronteira dos EUA e do México, referindo que “uma pessoa que só pensa em fazer muros, seja onde for, em vez de fazer pontes, não é cristão” (Papa Francisco, cit.in Miguel, 2016).
Como esperado, nem toda a população aceita as suas ideias, suscitando manifestações à entrada e no interior dos seus comícios. No passado dia 11 de Março, a Universidade do Illinois em Chicago, foi palco de agressões físicas entre apoiantes, com o desejo de firmar e fortalecer a “grande potência mundial”, e opositores, na sua maioria de ascendência afro-americana e latino-americana. Já prevendo a situação, Trump informou antes da confusão, que o comício seria adiado, tal como se sucedeu em outro comício no estado de Ohio em Cincinnati, também por motivos de segurança. Entre as consequências do “evento” de Chicago estavam cinco detidos, dois polícias feridos e duas pessoas com ferimentos ligeiros.
Os inimigos do candidato vão além das fronteiras americanas. Felipe Calderon, ex-presidente do México, acusa Donald Trump de exaltar a supremacia branca promovendo um ataque contra os imigrantes com um tom de pele diferente da dele, tendo dito que “é abertamente racista e está explorando sentimentos como Hitler fez na sua época” (Calderon, cit. in G1 Globo, 2016).
Relativamente à situação dos refugiados Sírios, Trump não deixou de assumir um compromisso e uma opinião. Segundo ele, se vencer as eleições, mandaria embora os refugiados Sírios que tivessem em território americano, por os vincular ao ISIS. Também não deixou de criticar a posição de Angela Merkel, pelo facto de a chanceler alemã autorizar que os refugiados entrassem pela Alemanha, referindo que “devia ter vergonha dela própria pelo que fez. Ela estragou tudo quando permitiu que isto acontecesse” (Trump, cit. in Laires, 2015). Tal declaração foi feita após os atentados de Paris.
Mesmo na ala republicana, o candidato tem sido culpado por fomentar a divisão dentro do país nas últimas semanas. Além de ser considerado anti-islâmico e anti-mexicano, outra caraterística que lhe tem sido apontada foi, segundo Marco Rubio, senador pelo Partido Republicano, como “anti-israelense”. Segundo o mesmo, Trump representa um perigo para a segurança nacional americana. Tal peculiaridade deveu-se ao facto de Donald Trump se considerar neutro em relação às questões da Palestina e de Israel. Rubio afirma que Trump não está preparado para os desafios globais da atualidade e os que virão, referente a Vladimir Putin, à Coreia do Norte, ao ISIS, aos inimigos de Israel e ao governo chinês (Rubio, cit. in O’Toole, 2016). É de se lembrar que a América sempre se mostrou do lado de Israel e dos judeus, relativamente aos conflitos israelo-palestinianos, mantendo fortes laços com a nação.
Agora cabe aos norte-americanos decidir o destino do candidato em referência ao determinar se será este o novo presidente da América, com ideias musculadas sobre o futuro dos Estados Unidos, ou se não passará de um candidato com um discurso não limitado por o que é politicamente correto, culpando os imigrantes sobre os problemas dos EUA, fazendo uso da sua liberdade de expressão.
Ivan Rodrigues de Sá, , nº 216290
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