terça-feira, 1 de março de 2016

Guiné-Bissau: Politica Externa e a Integração Regional

A Guiné-Bissau é um país com uma parte continente e uma parte insular pertencente à África Ocidental, com uma área territorial de 36.125 km², faz fronteira terrestre a norte com o Senegal, este e sudeste como a Guiné-Conacri e a oeste e sul com o Oceano Atlântico. De clima tropical, com uma população estimada em 1,6 milhões que se encontra dispersa por todo o território, apenas uma pequena percentagem da população fala o português estabelecido como língua oficial durante a época colonial, quase a metade fala o crioulo, enquanto os restantes dos habitantes falam uma variedade de línguas nativas Africanas. A antiga colónia portuguesa declara a independência em 1973 e reconhecida em 1974, após as guerras entre as forças colonizadoras e o movimento de libertação - PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde).
Pode se afirmar que as relações externas do país de certa forma iniciam mesmo antes da sua independência pelo fato das várias relações mantidas durante o período da luta de libertação nacional e as perspetivas de evolução futura na correlação de forças no sistema internacional que evidenciaram a unidade da Guiné e Cabo Verde. O PAIGC, liderado por Amílcar Cabral desde inicio procurou estabelecer contacto com o ideário pan-africanista e com o movimento de negritude e ganhar credibilidade e reconhecimento externo aliando a outros partidos e grupos de movimentos de libertação de outros países como o MPLA, o FRELIMO, com alguns outros países da América Latina como é o caso da Cuba de Fidel Castro e a EX URSS que no decorrer da guerra fria concedeu apoio à nível de formação na área de militares e armamentos. Ainda no período que antecede a independência Amílcar Cabral garantiu a ligação da Guiné-Bissau a várias outras lideranças políticas africanas, sendo muito atuante ao nível da ONU, das Conferências Afro-Asiáticas, de Belgrado e na Tricontinental de Havana. Ainda é de salientar que Cabral, juntamente com Eduardo Mondlane (Moçambique) e Agostinho Neto (Angola), foi recebido pelo Papa Paulo VI, fato este que em muito contribuiu para o reconhecimento dos direitos dos povos africanos das então colónias portuguesas à sua emancipação.
Atualmente Guiné-Bissau mantem relações bilaterais com vários países como é o caso da Cuba mantendo uma forte parceria principalmente na área da saúde, com Brasil e Portugal tem sido bastante reforçado na área formação, com os EUA na área da segurança, justiça, direitos humanos para além de outros tipos de cooperação existente entre estes países e não só. A nível multilateral nas constantes linhas de forças, mantem relações externas no quadro da integração regional CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental) estabelecido pelo tratado de Lagos, que engloba quinze países da Africa Ocidental com o objetivo de promover o comércio, a cooperação e o desenvolvimento regional e sub-regional a UEMOA (União Económica e Monetária da Africa Ocidental) criado em Janeiro de 1994 em Dakar, sucedendo a União do Oeste Africano Monetária criado em 1962 cujo objetivo é a realização da integração económica dos Estados-Membros, através do reforço da competitividade das atividades económicas no contexto de um mercado aberto, competitivo e um ambiente jurídico racionalizado e harmonizado permitindo desse modo a livre circulação de pessoas, bens e serviços e ainda mantem relações externas numa perspetiva mais abrangente com a CPLP, a União Africana, as Nações Unidas, e a União Europeia que tem vindpo a apoiar as autoridades guineenses no sentido de restruturar três dos sectores essenciais para desenvolvimento do país, a defesa, a segurança e a justiça entre outros.
Contudo pode-se constatar que o pais mantem uma vasta ligação com o exterior à vários níveis apesar das instabilidade e fragilidade generalizada em que vive, agravada pela constante interferência das Forças Armadas na vida política interna, e acompanhada da fraqueza manifestada pelas suas autoridades e instituições em dar resposta aos problemas e desafios que lhe são colocado a nível interna que afeta em grande medida as relações externas sendo assim o principal desafio da politica externa Guineense deverá ser na transformação da imagem interna do pais de modo a visar a credibilidade progressiva deste como um meio de paz e tranquilidade, promovendo uma convivência pacifica com os países vizinhos mantendo um boa integração tanto a nível regional como a nível sub-regional procurando atrair novos investidores estrangeiros e voltar a capturar a atenção dos antigos parceiros tornando a politica externa mais dinâmica e integrada, de forma a dignificar as suas representações diplomáticas no exterior e reforçar a sua missão de atracão de investimentos públicos e privados para o país.
Fontes:

Ângela Oliveira

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