A Guiné-Bissau é um país com uma parte
continente e uma parte insular pertencente à África Ocidental, com uma área
territorial de 36.125 km², faz fronteira terrestre a norte com o Senegal, este
e sudeste como a Guiné-Conacri e a oeste e sul com o Oceano Atlântico. De clima
tropical, com uma população estimada em 1,6 milhões que se encontra dispersa
por todo o território, apenas uma pequena percentagem da população fala o
português estabelecido como língua oficial durante a época colonial, quase a
metade fala o crioulo, enquanto os restantes dos habitantes falam uma variedade
de línguas nativas Africanas. A antiga colónia portuguesa declara a
independência em 1973 e reconhecida em 1974, após as guerras entre as forças
colonizadoras e o movimento de libertação - PAIGC (Partido Africano da
Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde).
Pode se afirmar que as relações
externas do país de certa forma iniciam mesmo antes da sua independência pelo
fato das várias relações mantidas durante o período da luta de libertação
nacional e as perspetivas de evolução futura na correlação de forças no sistema
internacional que evidenciaram a unidade da Guiné e Cabo Verde. O PAIGC,
liderado por Amílcar Cabral desde inicio procurou estabelecer contacto com o
ideário pan-africanista e com o movimento de negritude e ganhar credibilidade e
reconhecimento externo aliando a outros partidos e grupos de movimentos de
libertação de outros países como o MPLA, o FRELIMO, com alguns outros países da
América Latina como é o caso da Cuba de Fidel Castro e a EX URSS que no
decorrer da guerra fria concedeu apoio à nível de formação na área de militares
e armamentos. Ainda no período que antecede a independência Amílcar Cabral
garantiu a ligação da Guiné-Bissau a várias outras lideranças políticas
africanas, sendo muito atuante ao nível da ONU, das Conferências
Afro-Asiáticas, de Belgrado e na Tricontinental de Havana. Ainda é de salientar
que Cabral, juntamente com Eduardo Mondlane (Moçambique) e Agostinho Neto
(Angola), foi recebido pelo Papa Paulo VI, fato este que em muito contribuiu
para o reconhecimento dos direitos dos povos africanos das então colónias
portuguesas à sua emancipação.
Atualmente Guiné-Bissau mantem
relações bilaterais com vários países como é o caso da Cuba mantendo uma forte
parceria principalmente na área da saúde, com Brasil e Portugal tem sido
bastante reforçado na área formação, com os EUA na área da segurança, justiça,
direitos humanos para além de outros tipos de cooperação existente entre estes
países e não só. A nível multilateral nas constantes linhas de forças, mantem relações externas no quadro da integração regional
CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental) estabelecido pelo
tratado de Lagos, que engloba quinze países da Africa Ocidental com o objetivo
de promover o comércio, a cooperação e o desenvolvimento regional e
sub-regional a UEMOA (União Económica e Monetária da Africa Ocidental) criado
em Janeiro de 1994 em Dakar, sucedendo a União do Oeste Africano Monetária
criado em 1962 cujo objetivo é a realização da integração económica dos
Estados-Membros, através do reforço da competitividade das atividades
económicas no contexto de um mercado aberto, competitivo e um ambiente jurídico
racionalizado e harmonizado permitindo desse modo a livre circulação de
pessoas, bens e serviços e ainda mantem relações externas numa perspetiva mais
abrangente com a CPLP, a União Africana, as Nações Unidas, e a União Europeia
que tem vindpo a apoiar as autoridades guineenses no sentido de restruturar
três dos sectores essenciais para desenvolvimento do país, a defesa, a
segurança e a justiça entre outros.
Contudo pode-se constatar que o pais
mantem uma vasta ligação com o exterior à vários níveis apesar das instabilidade
e fragilidade generalizada em que vive, agravada pela constante interferência
das Forças Armadas na vida política interna, e acompanhada da fraqueza
manifestada pelas suas autoridades e instituições em dar resposta aos problemas
e desafios que lhe são colocado a nível interna que afeta em grande medida as
relações externas sendo assim o principal desafio da politica externa Guineense
deverá ser na transformação da imagem interna do pais de modo a visar a
credibilidade progressiva deste como um meio de paz e tranquilidade, promovendo
uma convivência pacifica com os países vizinhos mantendo um boa integração
tanto a nível regional como a nível sub-regional procurando atrair novos
investidores estrangeiros e voltar a capturar a atenção dos antigos parceiros
tornando a politica externa mais dinâmica e integrada, de forma a dignificar as
suas representações diplomáticas no exterior e reforçar a sua missão de atracão
de investimentos públicos e privados para o país.
Fontes:
Ângela Oliveira
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