Um
dos nomes mais entoados da atualidade é sem dúvida alguma o do candidato
republicano à presidência dos Estados Unidos da América, Donald Trump. O facto
de possuir o "dom" de dizer o que pensa e ao mesmo tempo dispor de
uma língua incorrigivelmente afiada capaz de proferir declarações de cariz
misógino e xenófobo faz com que Donald Trump seja, nos dias de hoje, uma presença
assídua nos jornais e noticiários não só nos EUA, como a nível global.
São inúmeras as polémicas causadas
pelas alegações deste candidato, porém, nem todas se encontram ligadas
essencialmente a assuntos políticos como é o caso do comentário infeliz
dirigido à modelo Heidi Klum "Infelizmente, ela já não é um 10" (1).
Quem segue a
campanha de Trump, ou apenas acompanha os noticiários consegue facilmente
perceber qual o foco do discurso deste candidato, os imigrantes. Donald Trump
deu a cara a vários discursos altamente nacionalistas e xenófobos onde anunciou
frases bastante marcantes tais como "O México está a enviar pessoas que
têm muitos problemas e que trazem esses problemas para cá. Trazem drogas, crime
e violadores"(2),
"O muro vai ser erguido e o México vai começar a comportar-se".(3)
Estes foram exemplos de situações
polémicas causadas por Donald Trump, que lhe conferiram um enorme protagonismo
nos meios de comunicação, contudo esta semana o cenário foi invertido. O
candidato à casa branca voltou a cair na boca do mundo, ou melhor, acabou por
cair por terra, literalmente. No passado domingo, dia 27 de Março, foi
encontrada em pleno Central Park, em Nova Iorque, uma lápide com o nome de
Donald Trump. Neste cenário insólito foi possível verificar que a pedra
continha o ano do nascimento do candidato norte-americano enquanto que a data
de falecimento permanecia em aberto, a pedra incluía ainda a seguinte mensagem
"Made America Hate Again"
contrariamente à frase proferida durante a sua campanha "Make America Great Again".
Este tipo de acontecimento é
claramente um reflexo de toda a revolta que até à data se encontrava contida. O
comportamento de Trump não é do agrado de toda a comunidade americana e esta
lápide é a prova "viva" disso.
Esta páscoa foi marcante, não apenas
pelo episódio referido anteriormente. No México é habitual a queima de bonecos
que representam Judas Iscariote (4), no entanto o boneco presente na páscoa
mexicana foi Donald Trump.
A posição anti-imigrantes do
candidato dos EUA tem vindo a gerar revolta no sul da fronteira
norte-americana, de tal maneira que este ano a tradição se modificou,
procedendo-se à queima dos bonecos do candidato republicano. Centenas de
moradores gritaram "morte" e inúmeros insultos enquanto observavam a
figura representativa do magnata do mercado imobiliário, vestido de blazer azul
e gravata vermelha a ser devorado pelas chamas. Os bonecos de Trump foram
queimados por todo o México, desde Puebla ao centro, Monterrey.
O presidente mexicano, Enrique Peña
Nieto elaborou várias criticas aos discursos de Trump, afirmando que o seu país
não pagará pela construção do muro que este ambiciona fazer caso saia vitorioso
das eleições, procedeu ainda a uma comparação do seu "tom estridente"
à ascensão de ditadores como Benito Mussolini e Adolf Hitler.
(1) Declaração prestada durante uma
entrevista ao jornal The New York Times.
(2) Argumento apresentado no discurso
de apresentação da sua candidatura a 16 de Junho de 2015.
(3) No decorrer de uma participação no
programa de Bill O’Reilly no dia 16 de junho de 2015.
(4) Individuo que de acordo com a
Bíblia atraiçoou Jesus Cristo.
Catarina Chão
Fontes:
Cappelletti,
Milton (2015, Junho, 30). "Emissoras de televisão rompem contratos com
Donald Trump após declarações xenófobas" OBSERVADOR. Consultado a
25/03/2016, disponível em http://observador.pt/2015/06/30/emissoras-televisao-rompem-contratos-donald-trump-apos-declaracoes-mexico/
Marques,
Ana Cristina (2015, Agosto, 8). "Donald Trump: As tiradas mais polémicas
do magnata que quer ser presidente" OBSERVADOR. Consultado a
25/03/2016, disponível em http://observador.pt/2015/08/20/donald-trump-as-tiradas-mais-polemicas-do-magnata-que-quer-ser-presidente/
Pincha,
João Pedro (2016, Março, 26). "Donald Trump avisa inimigos e aliados: “a
América primeiro” é o lema para a política externa" OBSERVADOR. Consultado
a 27/03/2016, disponível em http://observador.pt/2016/03/26/donald-trump-avisa-inimigos-aliados-america-primeiro-lema-politica-externa/
Reuters
(2016, Março, 27). "Discurso de Trump contra imigração ilegal incentiva
voto latino nos EUA" G1 MUNDO. Consultado a 27/03/2016, disponível
em http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2016/noticia/2016/03/discurso-de-trump-contra-imigracao-ilegal-incentiva-voto-latino-nos-eua.html
Reuters
(2016, Março, 27). "Mexicanos queimam boneco de Donald Trump em ritual de
Páscoa" G1 MUNDO. Consultado a 27/03/2016, disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/03/mexicanos-queimam-boneco-de-donald-trump-em-ritual-de-pascoa-20160327104005425358.html
(S.N)
(2016, Março, 28). "Lápide de Trump aparece misteriosamente no Central
Park" ECONÓMICO. Consultado a 28/03/2016, disponível em http://economico.sapo.pt/noticias/lapide-de-trump-aparece-misteriosamente-no-central-park_245785.html
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