A
forma solidária com que os povos alemães e suecos têm acolhido os refugiados
tem gerado apoiantes e opositores. Opositores estes, que não veem de bom grado
a generosidade da inclusão dos refugiados no “velho continente”, pois
consideram que entre eles se encontram difusores e militantes do autoproclamado
Estado Islâmico.
Devido
aos atendados nas capitais europeias, despontou ascensão súbita da
extrema-direita, prometendo lutar com “rédeas curtas” contra o terrorismo, a
qual pretende o renascimento do espírito forte, orgulhoso, bem como
nacionalista da Europa. Posto isto, os valores europeus de unificação,
pacificidade e liberdade têm sido postos em causa, devido aos movimentos e
partidos extremistas que atuam disfarçadamente sob signo da proteção dos
cidadãos e promoção do ataque ao terrorismo e, consequentemente, ao islamismo, como
acontece em França, com a Frente Nacional de Marine Le Pen, o Partido da
Liberdade holandês e o Jobbik da Hungria. No passado Domingo, dia 27 de Março,
um grupo de extrema-direita protestou em Bruxelas, com vista à interrupção da
homenagem feita às vítimas dos atentados e, deste modo, adquirindo
visibilidade, face aos media
presentes no local. A “Marcha contra o Medo”, que iria realizar no mesmo dia,
foi adiada por motivos de segurança, no entanto a população colocou flores,
velas e mensagens no local, como gesto de defesa da paz (Lusa, 2016).
Face
às ameaças e aos ataques, a passividade da América e da Europa tem sido cada
vez mais posta em causa, a qual tem gerado cada vez mais apoiantes de uma força
militar na Síria para pôr termo à guerra civil. Os governos da Europa precisam
de deixar de lado a sua estratégia neutral e priorizar como âmago da sua
política externa, a solidariedade para com as nações vizinhas, através da
cooperação entre os serviços de segurança europeus e fomentação da unidade
europeia, visto que “Washington tem cooperado mais estreitamente com as
capitais europeias sobre a ameaça de terror do que muitos governos e isto tem
que mudar” (Twining, 2016).
Segundo
Twining, os movimentos contra-terroristas devem ter o seu início na origem do
problema, relativamente à retirada dos soldados americanos no Iraque e à sua
política de não intervenção nos assuntos da Líbia e Síria, sendo que tal
decisão pode ter contribuído para o alastramento da mentalidade jihadista por
todo o Médio Oriente e, por conseguinte, nos ataques ao Ocidente. Deste modo, a
situação tem de ser resolvida, com recurso à intervenção militar Ocidental no
Médio Oriente, para travar a guerra da Síria e do Iraque, sem ignorar o caso
líbio (Twining, 2016).
Charles
Michele, primeiro-ministro belga, começa a dar os primeiros passos de ataque e
defesa europeia referindo que irá enviar caças F-16 [arma] ao autodenominado
Estado Islâmico, declarando que “ninguém ficará impune” (Michele, cit. in
Coelho, 2016). O primeiro-ministro francês, Manuel Valls sublinhou a urgência
do reforço das fronteiras externas da União Europeia. Jens Stoltenberg,
secretário-geral da NATO, mostrou a sua indignação face aos atentados referindo
que “o terrorismo não irá derrotar a democracia e roubar as nossas liberdades”,
reforçando o nível de alerta e a monotorização da NATO (Stoltenberg, cit. in
Costa 2016).
Os
ataques terroristas empreendidos no “coração político” da Europa provaram que
os inimigos do ocidente continuam firmes nas suas convicções, cabendo à Europa
e aos seus aliados travar essa luta, não sendo permitido mais passividade.
“É hora para
aqueles que acreditam na ideia europeia se levantarem e mostrarem pelo que vale
a pena lutar” (Caryl, 2016).
Ivan
Rodrigues de Sá, nº216290
Fontes:
Caryl, Christian (2016).
“Europe’s big freedom fail”. Foreign
Policy. Disponível em: http://foreignpolicy.com/2016/03/25/europes-big-freedom-fail/,
consultado a 27 de Março de 2016.
Coelho,
Liliana (2016). “Bélgica vai enviar caças F-16 para combater o Daesh”. Expresso. Disponível em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-25-Belgica-vai-enviar-cacas-F-16-para-combater-o-Daesh,
consultado a 28 de Março de 2016.
Costa,
Alexandre (2016). “NATO fala em “ataque cobarde aos nosso valores e às nossas
sociedades abertas””. Expresso. Disponível
em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-22-NATO-fala-em-ataque-cobarde-aos-nosso-valores-e-as-nossas-sociedades-abertas,
consultado a 28 de Março de 2016.
Lusa
(2016). “Confrontos em Bruxelas durante homenagem às vítimas”. Expresso. Disponível em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-27-Confrontos-em-Bruxelas-durante-homenagem-as-vitimas,
consultado a 27 de Março de 2016.
Lusa
(2016). “Primeiro-ministro francês diz ser “urgente” reforçar as fronteiras
externas da EU”. Expresso. Disponível
em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-23-Primeiro-ministro-frances-diz-ser-urgente-reforcar-as-fronteiras-externas-da-UE,
consultado a 28 de Março de 2016.
Twining, Daniel (2016). “Time
for a New Tack on Terror in Europe”. Foreign
Policy. Disponível em: http://foreignpolicy.com/2016/03/24/time-for-a-new-tack-on-terror-in-europe/,
consultado a 27 de Março de 2016.
Viana,
Joana & Fábio Monteiro (2016). “Duas explosões no aeroporto de Bruxelas
provocam 13 mortos e 35 feridos”. Expresso.
Disponível em: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-03-22-Duas-explosoes-no-aeroporto-de-Bruxelas-provocam-13-mortos-e-35-feridos,
consultado a 26 de Março de 2016.
Fonte
de imagem: “Atentados em Bruxelas expões a vulnerabilidade da Europa a
terrorismo”. Época. Disponível em: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/atentados-em-bruxelas-expoem-vulnerabilidade-da-europa-terrorismo.html,
consultado a 28 de Março de 2016.
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