terça-feira, 15 de março de 2016

O ato final de Obama: O Ambiente

Uma surpresa. É assim que podemos identificar esta nova postura da administração de Obama relativamente à sua posição de abrir a costa do Ártico à exploração de petróleo e gás, criando um plano para travar a exploração destes offshores até 2020.
Não esquecendo que ainda em 2015, Obama admitiu elaborar uma proposta que previa a exploração da costa sudeste dos EUA pela primeira vez na história, reunindo os aplausos da indústria petrolífera e os apupos dos ambientalistas e defensores do clima. Importante analisar também, que o fez devido à pressão dos legisladores e senadores dos estados do Sul, com o argumento de crescimento económico e criação de imensos postos de trabalho.
Porém, aconteceu um retrocesso importante, o Presidente dos Estados Unidos da América quer deixar como legado final do seu mandato o combate às alterações climáticas, antes de deixar a presidência dos EUA. Certo é, que esta medida vai incendiar o debate sobre as alterações climáticas nas primárias norte-americanas atualmente em curso, principalmente devido aos candidatos republicanos que defendem a expansão dos planos de exploração petrolífera e de gás no território marítimo dos EUA.
Obama e a sua administração terão seguramente uma tarefa herculana em passar esta proposta no congresso, pois a ala republicana considera que o aquecimento global não é mais do que um mito e um assunto sobrevalorizado. Não esquecer também a pressão por parte dos atores da industria petrolífera, nomeadamente da Shell, ExxonMobile e a Chevron, que pressionam o governo norte-americano a permitir a exploração das águas americanas, mesmo depois da tragédia em 2010 no Golfo de México que ainda permanece na mente de todos os cidadãos americanos.
Uma vitória, se a proposta for aprovada, para toda a comunidade defensora da proibição da exploração marítima na orla americana, que derrotava assim os poderosos lobbys existentes e que poderá dinamizar uma onda otimista para a defesa do bem-estar das gerações futuras.


Roberto Vieira

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