No dia 11 de Setembro de 2001, não só, os Estados Unidos
da América (EUA), considerado por todos uma superpotência mundial, como também
o Mundo em geral sofreram um dos maiores e piores ataques terroristas da
história da humanidade, aquando de um delito exercido contra as conhecidas
“torres gémeas” do World Trade Center e do Pentágono por parte de um grupo
terrorista denominado de Al-Qaeda, causando, assim, milhares de vítimas
mortais. Logo após o atentando, fez-se sentir no país norte-americano uma
profunda mudança tanto ao nível da sua própria segurança interna como da sua
política externa, optando por passar de uma “uma
estratégia conservadora, isto é, da manutenção do status-quo pós-1945, para uma estratégia revisionista, ou seja, de
transformação da ordem internacional, que ficou consagrada na Estratégia de
Segurança Nacional de 2002, mais conhecida por "Doutrina Bush" (de Sá,
2011). Esta levou à implementação de diversas medidas no país norte-americano,
nomeadamente à preferência pelo unilateralismo em vez do multilateralismo,
fortalecendo alianças e coligações com a comunidade internacional como, por
exemplo, as Nações Unidas, a NATO e o Banco Mundial.
Estas transformações pós 11 de Setembro
trouxeram, naturalmente, consequências para “a economia do país, para o governo
e para o estilo de vida americano. O “american
way of life” nunca mais foi o mesmo” (Sabadini, 2011), tendo como desfecho
final, um resultado desfavorável no que diz respeito à perda do poder
norte-americano. Em contrapartida, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia,
China) têm-se destacado no panorama mundial. (de Sá, 2011).
Ao fim de quase 15 anos do atentado
terrorista que se fez sentir fortemente nos EUA, o mundo vive novamente
assombrado. Desta vez, no Continente Europeu por um panorama de terror, o que
fez com que surgissem paralelismos com as ações ocorridas no dia 11 de Setembro
de 2001 nos EUA.
No dia 13 de Novembro do ano de 2015, a
capital francesa, sofreu por parte do Estado Islâmico (EI) uma série de ataques
terroristas, todos eles praticados em locais com muita adesão e afluência
populacional, tais como o estádio nacional Stade de France, o Bataclán, bares noturnos e restaurantes. Embora a dimensão do ataque
sentido nos EUA no dia 11 de Setembro seja muito superior no que diz respeito
aos danos e ao número de vítimas mortais, muitos são aqueles que fazem
comparações entre uma situação e outra. Segundo Reginaldo Nasser, professor de
Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
para os terroristas “não importa o número de mortos, mas a dimensão mundial.
Não é em vão que o Estado Islâmico escolhe locais com muita visibilidade e com
grande concentração de pessoas”, acrescenta ainda que a “repercussão mundial de
matar dois cidadãos em pontos importantes da França é muito maior do que 100 ou
200 na Nigéria. A lógica do terrorismo é exatamente criar um ambiente de medo e
caos.” (Nasser. cit.in. R7, 2015).
É também
importante relembrar que este recente atentando proporcionado no dia 13 de
Novembro de 2015 na cidade francesa, não foi o único do ano. Pouco antes, já
havia ocorrido no dia 07 de Janeiro, embora em menor escala, um ataque ao jornal
Charlie Hebdo, em que se registaram também vitimas mortais. À semelhança do
clima caótico vivido em Paris, no dia 23 Março do presente ano, também a cidade
de Bruxelas, capital da Bélgica, presenciou a mesma sensação, ao ser atingida
pelo EI através de duas explosões no aeroporto internacional da Bélgica e
uma terceira explosão na estação de metro de Maalbeek.
Por conseguinte,
após todos estes atentados, muitos dos países europeus encontram-se em “alerta
máximo”, procurando reforçar a segurança nos pontos cruciais dos seus países,
assim como nas infraestruturas públicas de transportes e viagens, com o intuito
de prevenir ou mesmo evitar atendados aos seus países. Cada vez mais, nos dias
de hoje, a Europa vive tempos difíceis com o terrorismo islamita que em
conjunto com a vaga de refugiados resulta numa enorme crise ao nível
continental e crises ao nível nacional. (Mendonça, cit.in Expresso, 2016). A
ameaça terrorista alastra-se pela Europa e esta teme cada vez mais o regresso do
terror!
Sara Martins, nº 216307
Fontes:
De Sá, Tiago Moreira. (2011). “O dia que mudou a América,
não o mundo.” Disponível em http://www.ipri.pt/publicacoes/working_paper/working_paper.php?idp=696. [Consultado em 28/03/2016]
Grillo, Fabiana. (2015). “Novo 11 de Setembro: ataques em
Paris dão início a outra fase do terrorismo, diz especialista.” Disponível em http://noticias.r7.com/internacional/novo-11-de-setembro-ataques-em-paris-dao-inicio-a-outra-fase-do-terrorismo-diz-especialista-15112015. [Consultado em 28/03/2016]
Mendonça, Sandro. (2016). “Os limites do sucursalismo.”
Disponível em http://expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_economia/blogue_econ_sandro_mendonca/2016-03-24-Os-limites-do-sucursalismo. [Consultado em 28/03/2016]
O Globo. (2016). “Estado Islâmico reivindica ataques que
mataram 31 pessoas em Bruxelas.” Disponível em http://oglobo.globo.com/mundo/estado-islamico-reivindica-ataques-que-mataram-31-pessoas-em-bruxelas-18929990. [Consultado em 28/03/2016]
Sabadini, Tatiana. (2011). “Nunca mais a nação americana
foi a mesma depois do 11 de Setembro.” Disponível em http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/11-de-setembro/2011/09/08/noticias_internas_11_de_setembro,249587/nunca-mais-a-nacao-americana-foi-a-mesma-depois-do-11-de-setembro.shtml. [Consultado em 28/03/2016]
Scielo. (2002). “Os Estados Unidos pós 11 de
Setembro de 2001: implicações para ordem mundial e para o brasil.” Disponível
em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292002000100003. [Consultado
em 28/03/2016]
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