segunda-feira, 28 de março de 2016

O regresso do terror?

             No dia 11 de Setembro de 2001, não só, os Estados Unidos da América (EUA), considerado por todos uma superpotência mundial, como também o Mundo em geral sofreram um dos maiores e piores ataques terroristas da história da humanidade, aquando de um delito exercido contra as conhecidas “torres gémeas” do World Trade Center e do Pentágono por parte de um grupo terrorista denominado de Al-Qaeda, causando, assim, milhares de vítimas mortais. Logo após o atentando, fez-se sentir no país norte-americano uma profunda mudança tanto ao nível da sua própria segurança interna como da sua política externa, optando por passar de uma “uma estratégia conservadora, isto é, da manutenção do status-quo pós-1945, para uma estratégia revisionista, ou seja, de transformação da ordem internacional, que ficou consagrada na Estratégia de Segurança Nacional de 2002, mais conhecida por "Doutrina Bush" (de Sá, 2011). Esta levou à implementação de diversas medidas no país norte-americano, nomeadamente à preferência pelo unilateralismo em vez do multilateralismo, fortalecendo alianças e coligações com a comunidade internacional como, por exemplo, as Nações Unidas, a NATO e o Banco Mundial.
Estas transformações pós 11 de Setembro trouxeram, naturalmente, consequências para “a economia do país, para o governo e para o estilo de vida americano. O “american way of life” nunca mais foi o mesmo” (Sabadini, 2011), tendo como desfecho final, um resultado desfavorável no que diz respeito à perda do poder norte-americano. Em contrapartida, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) têm-se destacado no panorama mundial. (de Sá, 2011).
Ao fim de quase 15 anos do atentado terrorista que se fez sentir fortemente nos EUA, o mundo vive novamente assombrado. Desta vez, no Continente Europeu por um panorama de terror, o que fez com que surgissem paralelismos com as ações ocorridas no dia 11 de Setembro de 2001 nos EUA.
No dia 13 de Novembro do ano de 2015, a capital francesa, sofreu por parte do Estado Islâmico (EI) uma série de ataques terroristas, todos eles praticados em locais com muita adesão e afluência populacional, tais como o estádio nacional Stade de France, o Bataclán, bares noturnos e restaurantes. Embora a dimensão do ataque sentido nos EUA no dia 11 de Setembro seja muito superior no que diz respeito aos danos e ao número de vítimas mortais, muitos são aqueles que fazem comparações entre uma situação e outra. Segundo Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para os terroristas “não importa o número de mortos, mas a dimensão mundial. Não é em vão que o Estado Islâmico escolhe locais com muita visibilidade e com grande concentração de pessoas”, acrescenta ainda que a “repercussão mundial de matar dois cidadãos em pontos importantes da França é muito maior do que 100 ou 200 na Nigéria. A lógica do terrorismo é exatamente criar um ambiente de medo e caos.” (Nasser. cit.in. R7, 2015).
 É também importante relembrar que este recente atentando proporcionado no dia 13 de Novembro de 2015 na cidade francesa, não foi o único do ano. Pouco antes, já havia ocorrido no dia 07 de Janeiro, embora em menor escala, um ataque ao jornal Charlie Hebdo, em que se registaram também vitimas mortais. À semelhança do clima caótico vivido em Paris, no dia 23 Março do presente ano, também a cidade de Bruxelas, capital da Bélgica, presenciou a mesma sensação, ao ser atingida pelo EI  através de duas explosões no aeroporto internacional da Bélgica e uma terceira explosão na estação de metro de Maalbeek. 
            Por conseguinte, após todos estes atentados, muitos dos países europeus encontram-se em “alerta máximo”, procurando reforçar a segurança nos pontos cruciais dos seus países, assim como nas infraestruturas públicas de transportes e viagens, com o intuito de prevenir ou mesmo evitar atendados aos seus países. Cada vez mais, nos dias de hoje, a Europa vive tempos difíceis com o terrorismo islamita que em conjunto com a vaga de refugiados resulta numa enorme crise ao nível continental e crises ao nível nacional. (Mendonça, cit.in Expresso, 2016). A ameaça terrorista alastra-se pela Europa e esta teme cada vez mais o regresso do terror!


Sara Martins, nº 216307

Fontes:
De Sá, Tiago Moreira. (2011). “O dia que mudou a América, não o mundo.” Disponível em http://www.ipri.pt/publicacoes/working_paper/working_paper.php?idp=696. [Consultado em 28/03/2016]
Grillo, Fabiana. (2015). “Novo 11 de Setembro: ataques em Paris dão início a outra fase do terrorismo, diz especialista.” Disponível em http://noticias.r7.com/internacional/novo-11-de-setembro-ataques-em-paris-dao-inicio-a-outra-fase-do-terrorismo-diz-especialista-15112015. [Consultado em 28/03/2016]
Mendonça, Sandro. (2016). “Os limites do sucursalismo.” Disponível em http://expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_economia/blogue_econ_sandro_mendonca/2016-03-24-Os-limites-do-sucursalismo. [Consultado em 28/03/2016]
O Globo. (2016). “Estado Islâmico reivindica ataques que mataram 31 pessoas em Bruxelas.” Disponível em http://oglobo.globo.com/mundo/estado-islamico-reivindica-ataques-que-mataram-31-pessoas-em-bruxelas-18929990. [Consultado em 28/03/2016]
Sabadini, Tatiana. (2011). “Nunca mais a nação americana foi a mesma depois do 11 de Setembro.” Disponível em http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/11-de-setembro/2011/09/08/noticias_internas_11_de_setembro,249587/nunca-mais-a-nacao-americana-foi-a-mesma-depois-do-11-de-setembro.shtml. [Consultado em 28/03/2016]
Scielo. (2002). “Os Estados Unidos pós 11 de Setembro de 2001: implicações para ordem mundial e para o brasil.” Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292002000100003. [Consultado em 28/03/2016]

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