A Hungria está na mira em relação ao seu papel nas
relações entre a Rússia e a União Europeia, sendo que o mesmo foi reforçado
após a visita do Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orban, a Vladimir Putin.
Este precisa de se aproximar dos seus aliados europeus para conseguir que as relações
entre o seu país e a União Europeia voltem aos tempos anteriores às sanções impostas
por Bruxelas.
Orban
poderá ser criticado em relação ao acordo sobre a extensão da central nuclear
de Paks, o qual foi maioritariamente financiado por Moscovo. Bruxelas dita que
a central não compre os requisitos da União e já fez inúmeras investigações acerca
do projeto. Também pelo facto de prejudicar os interesses dos Estados Unidos,
uma vez que a Hungria, apesar de ser membro da NATO, poderá vir a comprar helicópteros
à Rússia. Espera-se que Orban e Putin venham a debater as sanções europeias
impostas aos russos e as sanções russas contra a Hungria.
Apesar
de alguns Estados-membros expressarem vontade em suavizar as sanções contra a
Rússia, estes acabaram por concordar na extensão das sanções durante mais seis
meses. As relações entre Bruxelas e Moscovo poderiam ser reatadas se os preços
do crude provocarem uma forte quebra no crescimento económico russo. Contudo, a
Rússia não apela diretamente à União Europeia para acabar com as sanções,
preferindo utilizar intermediários. Assim, o Primeiro-Ministro russo, Dimitri
Medvedev, afirmou que não foram os russos que começaram com tudo isto e que não
lhes cabia acabar com a situação.
Indiscretamente
a Rússia vai fazendo pressão sobre alguns Estados-membros para que estes apoiem
os seus interesses dentro da organização. Moscovo tem vindo a tentar negociar o
levantamento de algumas sanções oferecendo em troca o levantamento de outras sanções
contra os Estados-membros, sendo que os países mais afetados pelas sanções russas
(Grécia, Chipre, Hungria e Itália), podem tomar decisões no sentido de uma reaproximação
com a Rússia no quadro do Conselho da Europa para aliviar as tensões.
Apesar
de a Hungria apoiar as sanções europeias e pelo facto de ter uma economia
orientada para as exportações, esta influencia a necessidade da resolução do
conflito com a Rússia, e assim relança as suas exportações para aquele país. Para
Bruxelas, a Hungria poderá ter indo longe demais, essencialmente, em relação ao
aumento da dependência energética para com Moscovo. Balázs, antigo Comissário
Europeu para a Política Regional, acredita que a Hungria tem procurado aliados
no lado errado e afirma que a Rússia apenas vê na Hungria uma ótima ferramenta
para desestabilizar a estabilidade da União Europeia dentro das suas
fronteiras.
Sara Correia, n.º 216287
Fonte:
http://pt.euronews.com/2016/02/16/moscovo-bruxelas-e-budapeste-triangulo-de-cirscunstancia/,
consultado a 26 de março de 2016
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