sábado, 30 de abril de 2016

O Paradoxo da Segurança em Cabo Verde

Cabo verde tem vindo a apostar muito no desenvolvimento e na aplicação de políticas externas favoráveis ao desenvolvimento sustentado e coerente, na estabilidade e no crescimento interno tendo sempre como a finalidade principal o bem comum dos seus cidadãos mas também na tentativa de projetar uma boa imagem, de moldar um ambiente externo favorável a realização dos seus respetivos interesses. Essa luta incansável tem contribuído indubitavelmente para o seu reconhecimento, para sua inserção em múltiplos espaços de cooperação e integração regionais e para a mobilização e soluções institucionais politicamente inteligíveis capaz de conduzir o país a estádios de desenvolvimento exemplares em relação às suas congéneres africanas.
O reforço do processo de integração regional e o desenvolvimento de relações de boa vizinhança com as principais potências mundiais através de uma participação ativa nas instituições políticas multilaterais afigura-se como uma das linhas de forças da política externa das ilhas.
Como o efeito a convergência de interesses entre EUA, UE e Cabo Verde nomeadamente no combate às ameaças transnacionais organizadas por meio de reforços da segurança marítima, ao narcotráfico, ao tráfico de armas, ao branqueamento de capital, à criminalidade.
O anterior governo apostou muito em várias operações de combate à esses males sociais e como exemplo dessas operações o caso da «Lancha Voadora e da Perla Negra...» em que foram apreendidos quantidades enorme de drogas, dinheiros, armas nas águas do país. Fatos constante no arquipélago, que serve como uma placa giratória do narcotráfico, servindo como uma rota triangular entre Africa, Europa e América.
O paradoxo de segurança surge no contexto da cooperação entre as autoridades cabo-verdianas e os seus parceiros internacionais no combate à criminalidade, ao impedir a chegada de grandes quantidades de estupefacientes à outos destinos, os traficantes sempre acabam respondendo da pior forma possível atacando diretamente os familiares das autoridades nacionais como é o caso do filho do anterior primeiro-ministro que foi baleado a porta de casa no final do ano passado, a mãe de uma investigadora da policia judiciária assassinada na rua e muitos outros atos de criminalidade que tem vindo a acontecer no país, nos leva a questionar sobre a segurança pública num pais que sempre foi muito tranquilo e seguro. 
No passado dia 18, numa das operações no alto mar a polícia judiciária apreendeu 280 quilogramas de cocaína, armas de guerra e grande quantidade de dinheiro num navio pesqueiro brasileiro, e um outro americano, que partiu da América Latina que tinha como destino final a Europa. Essa operação culminou com a prisão de cidadãos de várias nacionalidades inclusive cabo-verdiano e na sequência dessa operação aconteceu um massacre ao centro retransmissor de Monte Txota esta terça-feira, onde foram mortas onze pessoas numa base militar do posto de vigia, dos quais oito militares e três civis em que nas primeiras horas foram levantados fortes indícios de haver ligações com o narcotráfico e possível atentado contra o Estado, ideia esta, que foi descartada pouco tempo depois com a captura do militar, autor dos disparos. 
Tudo isso demostra o receio vivida pela população de um país que tem estado sempre entre os melhores perante a avaliação geral em diferentes critérios, são esses os fatos que tem vindo a por em causa a segurança interna do pais.
Cabo Verde vislumbra um futuro promissor graças a sua vasta relação com o exterior, mas ressalve-se que nem tudo está bem no segundo país africano mais bem governado. Há falhas para resolver com urgência.  

Ângela de Oliveira

Fontes:
http://www.rtc.cv/index.php?paginas=47&id_cod=48367
http://www.islasdecaboverde.com.ar/san_vicente/adriano_lima/ha_in_seguranca_publica_em_cabo_verde.htm
http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/2016-04-27-As-verdades-e-as-mentiras-sobre-o-massacre-em-Cabo-Verde

http://anacao.cv/

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