Islão na Alemanha? Não!
"Conservador e patriota", o novo partido quer reafirmar os "valores familiares tradicionais" e os "aspectos positivos da História alemã". De repente parece um dejá vu dos anos 30. No entanto, esta frase corresponde ao actual contexto político alemão. Mas em vez de judeus, o ataque é agora feito ao Islão.
O novo partido de extrema-direita alemão, Alternativa para a Alemanha (AfD) aprovou, este fim-de-semana, um manifesto anti-islão. Este partido, inicialmente, apresentava-se anti-euro e mais tarde anti-emigração, mas parece que o partido está a relevar cada vez mais o seu extremismo. O argumento utilizado é o de que o Islão não é compatível com a Constituição Alemã.
“Fundado em Abril de 2013 pelo economista Bernd Lucke, o Alternativa para a Alemanha não tem presença no parlamento federal alemão, mas está representado em metade das 16 assembleias regionais do país.” Apesar do partido não ter representação no parlamento, a aprovação deste manifesto é perigoso para a Alemanha e para a democracia. “O nosso programa é a estrada para uma Alemanha diferente”, afirmou aos participantes Jörg Meuthen, porta-voz e co-presidente do AfD com Frauke Petry. Isto é “apenas o início”, disse Meuthen no mesmo dia em que uma sondagem publicada no jornal Bild sobre as legislativas do próximo ano atribuía 13% de intenções de voto ao partido, que assim se tornaria na terceira força política alemã.”
«O partido afirma que respeita a liberdade religiosa mas pede a proibição dos minaretes (torres das mesquitas), da burqa (túnica e véu que cobrem o corpo e todo o rosto) e niqab (véu que deixa apenas os olhos a descoberto). O minarete escreve-se no texto, são “símbolos do poder islâmico”.
É importante não esquecer que a Alemanha é um dos países que mais recebeu e vai receber refugiados, se este tipo de ideias começam a ser aceites pela população, a Alemanha terá graves problemas sociais e políticos. Mas este problema não é exclusivamente alemão.
Na verdade, começa a ser assustadora a ascensão dos partidos de extrema-direita na nossa Europa, principalmente com a actual crise dos refugiados. O problema da extrema-direita tem de ser encarado pelos países europeus com bastante preocupação senão o terror do fascismo voltará a assombrar o Velho Continente.
Beatriz Estêvão Silva
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